São João da Barra observa transformações graças a investimentos no Porto do Açu

Hoje, o Açu - que fica próximo às bacias de Campos e de Santos - é focado na indústria de óleo e gás

Por Mariana Procópio

São João da Barra observa transformações graças a investimentos no Porto do Açu
São João da Barra observa transformações graças a investimentos no Porto do Açu
Porto do Açu

São João da Barra, extremo norte do Rio de Janeiro, a 320 quilômetros da capital. A movimentação no local antecipa a transformação nos rumos da economia brasileira. O Porto do Açu, o único totalmente privado do Brasil, é o segundo maior em movimentação de carga do país, atrás somente do de Santos. A diferença é que o local tem um grande potencial de aumento da capacidade, uma área de 44 quilômetros quadrados disponível.

Hoje, o Açu - que fica próximo às bacias de Campos e de Santos - é focado na indústria de óleo e gás, mas a principal aposta é num futuro mais verde com a transição energética. E a expansão do terminal de cargas, que nesta semana triplicou a capacidade para 75 mil metros quadrados, faz parte desse plano. O espaço vai servir para aumentar o armazenamento de minérios como cobre, muito usado por carros elétricos.

Além disso, em breve vão operar nessa aérea equipamentos para usinas eólicas em alto mar.

Para Rogério Zampronha, CEO da Prumo, empresa que controla o Porto do Açu, a expectativa é ter a participação da Petrobras no setor.

Idealizado pelo empresário EIke Batista, o Porto do Açu teve um processo inicial de desapropriação de terras cercado de questionamentos. Depois de começar a operar, em 2014, chegou a ter parte dos negócios paralisados pela Operação Lava-jato, por suspeita de corrupção 

Mas, hoje, o empreendimento tem 20 empresas, sete mil funcionários, previsão de 22 bilhões de reais de investimento na próxima década e a maior unidade de conservação ambiental particular do país.

A Reserva Caruara foi aberta ao público há poucos meses. A sede fica em Grussai, popular distrito de veraneio da Região Norte. A ideia é oferecer cada vez mais atividades para populações ligadas à conservação da área de restinga.

Mas inserir os moradores na cadeia produtiva do Porto ainda é um desafio. José Firmo, CEO do Porto do Açu, afirma que na hora de contratar, a prioridade são trabalhadores da região.

Mas os números mostram que é preciso mais. Hoje, por conta do porto, o município de São João da Barra tem o maior PIB por habitante do estado do Rio, mas o Índice de Desenvolvimento Humano segue na parte de baixo da tabela.

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