BandNews FM Rio de Janeiro

Sabatina da BandNews FM: Cyro Garcia (PSTU) promete transformar sistemas de transporte público

O candidato afirmou ser contra a Guarda Municipal armada, defendeu o fim das operações policiais em área de conflito

Por Myllena Vianna

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Sexto candidato a participar de sabatina no Jornal BandNews Rio 3ª Edição com o âncora Carlos Andreazza, Cyro Garcia (PSTU) afirmou ser contra a Guarda Municipal armada, defendeu o fim das operações policiais em área de conflito e a mudança do sistema rodoviário para o ferroviário nos modais de transporte.

No início da entrevista, o candidato afirmou que uma das principais propostas do seu plano de gestão é melhorar a educação pública do município. Cyro Garcia propõe o fim das operações policiais em áreas de conflito para que os estudantes não fiquem sem dias letivos.

Saiu um dado do Ideb de que 84% das escolasde pior desempenho do município estão em áreas de conflito. Nós temos um problema sério aqui em questão de segurança que é de responsabilidade do Estado, mas ela se dá na cidade e uma das primeiras coisas que eu faria seria acabar com as operações policiais na favela que deixa nossas crianças dias e dias sem dias letivos, as crianças da classe trabalhadora. Isso está relacionado com uma outra questão que é o orçamento da nossa cidade. A receita do ano passado por exemplo foi da ordem de 44 bilhões, mas nós temos 40 bilionários na nossa cidade que o patrimônio deles vai a mais de 400 bilhões de reais. Então não basta taxar esses bilionários, nós temos que expropriá-los para que a gente possa resolver o problema da classe trabalhadora. Então, no caso da educação especificamente nós temos o senhor Jorge Paulo Lemos envolvido aí nos escândalos das Lojas Americanas que é um dos grandes tubarões do ensino privado aqui do Rio de Janeiro. Nossa proposta é expropriar as escolas privadas pra ampliar a oferta da escola pública gratuita e de qualidade pros filhos da classe trabalhadora e pro setor dos explorados e oprimidos. Então é por aí que a gente pretende fazer uma cidade que seja maravilhosa para os trabalhadores, para aqueles que constroem a riqueza da cidade para que eles possam geri-la e usufruir das riquezas que eles constroem e não a cidade maravilhosa paraos ricos e poderosos como tem sido até agora.

Questionado sobre o posicionamento em relação a armar a Guarda Municipal, o candidato afirmou que é contra a medida. Para Cyro, o papel dos agentes é fazer a segurança patrimonial do município.

Primeiramente, deixar claro que somos radicalmente contra o armamento da Guarda Municipal. Já tem arma demais na mão da polícia e na mão do crime organizado, milícias, facções do tráfico e não tem arma na mão da classe trabalhadora, daqueles que sofrem a opressão não só do crime organizado milícia, das facções, mas também da violência policial. Então, para deixar bem claro isso, nós defendemos o armamento da classe através das suas organizações, os sindicatos, das associações de moradores. As entidades da nossa classe tinham que ter o direito ao armamento, não esse armamento que a extrema direita propõe que é só pra armar os ricos para melhor oprimir os pobres. A partir das organizações concretas da classe nós podemos fazer a questão da própria autodefesa e se defender não só do crime organizado, mas também da violência policial. Falando aqui da Guarda Municipal, ela tem que estar desarmada voltada para fazer a segurança daquilo que é do munícipio escola, saúde logradouros públicos, parques, ampliar inclusive a segurança da cidade. Não é para reprimir camelô, porque o camelô é um trabalhador. Estamos vivendo em uma cidade que tem um dos maiores índices de desemprego do país, fruto de um processo de desindustrialização, que é relativo no país, mas no Rio de Janeiro é absoluto. Nós tivemos desde a década de 80, uma diminuição do nosso parque industrial absurdo e o setor de transformação é o parque industrial. É o setor que mais emprega, então o Rio de Janeiro perdeu muitos postos de trabalho, desemprego é imenso a precarização o do trabalho é imensa. O camelô é um trabalhador que está tentando se defender, muitas vezes está trabalhando para ele próprio, muitas trabalhando pra uma máfia que os exploram, mas é um trabalhador que está ali tentando se contrapor a essa lógica perversa do desemprego que existe na nossa cidade. Então jamais a guarda vai estar voltada para isso no meu governo. Agora não adianta a gente falar da segurança sem entrar em outros aspectos. A segurança é estadual, mas eu como prefeito vou lutar pela desmilitarização da Polícia Militar, lutar para que haja só uma Polícia Civil. Uma parte dela fardada com policiamento ostensivo e outra voltada para a inteligência, mas com eleição inclusive de delegados, autodefesa, lutar pela legalização das drogas porque isso a gente aplicaria um golpe tanto no tráfico de armas quanto no tráfico de drogas e porque eles se retroalimentam e por mais que isso não seja uma questão da prefeitura,  seria só a Guarda Municipal todas essas questões acontecem na cidade e o prefeito não pode se omitir. Ele tem que ter propostas e ele tem que fazer da cidade que ele governa um palanque e uma mola propulsora para que a população se conscientize nas mudanças que são necessárias fazer para que a gente tenha uma realidade diferente dessa que está ai. O nosso objetivo é construir uma outra realidade.

Carlos Andreazza também questionou o candidato sobre as propostas para a saúde. Para Cyro Garcia, é necessário estatizar os hospitais privados da cidade para ampliar o atendimento na saúde pública.

Eu dei o exemplo da educação, mas na saúde é a mesma coisa um dos principais representantes na lista da Forbes dos bilionários são os donos dos hospitais da Rede Dor. Nós temos que estatizar esses hospitais. Trazendo esses hospitais para o munícipio, ou seja, expropriando esse bilionário da área da saúde, dos planos de saúde privados, os hospitais privados, nós vamos estar ampliando o atendimento de uma saúde pública aqui no nosso Estado que as pessoas não tem que estar submetidas a filas do Sisreg a falta de profissionais, a falta de médicos,  um atendimento ultra precário lamentavelmente,  e é intencional porque existe a bancada dos interesses da saúde privada que quer empurrar as pessoas, colocar o SUS cada vez mais sucateado para que as pessoas possam migrar para um plano de saúde que as vezes atende pior que o SUS, mas as pessoas tem a ilusão de que estão indo para um plano de saúde nos temos que fazer o oposto. Então fazer o oposto significa que essa além da gente ampliar a rede de saúde fazendo essas expropriações, em relação a essa questão do que é que a legislação federal pode utilizar a Prefeitura como um polo de mobilização e de conscientização nacional pelo peso que o Rio de Janeiro tem, inclusive, como formador de opinião da política nacional para modificação dessa realidade, para pressionar inclusive a mudança dessa legislação e essa mudança do vai vir a partir de um processo de pressão popular.

Durante a entrevista, Carlos Andreazza perguntou ao candidato sobre um projeto para o sistema de transportes da cidade. Cyro Garcia afirmou que a proposta de governo é mudar a malha do BRT para VLT.

O Rio de Janeiro é o caos em termos de transporte é um absurdo. Aqui nós temos que fazer algumas coisas primeiro. Eu defendo e sempre defendi a mudança do modal de rodoviário para ferroviário então de cara e tem estudos nesse sentido realizados pelo BNDES eu mudaria toda essa malha de BRT para VLT. É um transporte menos poluente, carrega mais passageiros e é muito mais eficiente Defendo a municipalização de todo do transporte rodoviário,  tarifa zero. Dever da prefeitura é lutar pela reestatização de todas as empresas de transportes que foram privatizadas, elas não são de âmbito municipal só rodoviário, mas lutar pela reestatização do metrô, da Supervia, das Barcas porque o que houve foi uma deterioração na prestação de serviço, um aumento absurdo da tarifa. Mais de R$7,00 na tarifa da Supervia, é um absurdo o que se paga aqui. Uma cidade do tamanho do Rio de Janeiro, quando eu falo mudança de modal é que nós temos que estabelecer uma parceria com o Estado e com a União. Construir metrô de verdade. O Rio de Janeiro é do tamanho de Londres, o nosso metrô é um oitavo do que é o metrô de Londres. Paris é muito menor do que o Rio de Janeiro e o metrô de Paris é quatro vezes maior que o do Rio. Então, se nós queremos resolver o problema de transportes, nós temos que mudar o modal e isso significa fazer um metrô de verdade aqui no Rio.

Para Cyro Garcia é necessário romper com a política de conciliação de classes, já que na visão dele, a Lei de Responsabilidade Fiscal garante o lucro dos banqueiros e não financia questões sociais.

Enquanto a gente tiver subordinado a lei de responsabilidade fiscal que está mais preocupada em garantir o lucro dos banqueiros do que financiar as questões sociais, você tem dinheiro para o banqueiro mas não tem dinheiro para as questões sociais, nós vamos ter perda nisso. Lamentavelmente, nós vivemos um momento no país que isso se reproduz. O Lula com a sua política de conciliação de classes que vai desde o PT, com o apoio de partidos da esquerda inclusive do PSOL, até setores da extrema direita, estabelece um arcabouço fiscal que nada mais é, do que um novo teto de gastos que implica numa perda das receitas sociais tanto na questão da educação quanto na questão da saúde. Nós temos que romper com isso. Essa é a nossa proposta. Por exemplo, de todos os demais candidatos que estão participando desse processo eleitoral, o Eduardo Paes que é o líder das pesquisas porque qual é a política do Eduardo Paes é reproduzir no Rio de Janeiro a mesma coisa que o Lula faz a nível nacional: uma política de conciliação de classes que vai desde o PT até a extrema direita bolsonarista. O Otoni de Paula é um bolsonarista de carteira assinada que está dentro da aliança com o Eduardo Paes. Isso significa que essa lógica de cortes nos gastos sociais.

A sabatina foi realizada ao vivo no jornal especial BandNews Rio - 3ª Edição, nesta sexta-feira (6). Os próximos candidatos a participar são Henrique Simonard (PCO), em 9/09, Marcelo Queiroz (Progressistas), em 13/09 e Juliete Pantoja (UP), em 16/09. Já participaram da entrevista Alexandre Ramagem (PL) e Eduardo Paes (PSD) e Rodrigo Amorim (União Brasil), Carol Sponza (Partido Novo) e Tarcísio Motta (PSOL).

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