Roberto Jefferson vira réu por tentativa de homicídio com quatro qualificadores

Juiz Abby Ilharco Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, no Sul Fluminense, determinou que o julgamento seja realizado pelo tribunal do júri

Por João Boueri

Roberto Jefferson vira réu por tentativa de homicídio com quatro qualificadores
Agência Brasil

A Justiça Federal aceita a denúncia do Ministério Público Federal e o ex-deputado Roberto Jefferson vira réu por tentativa de homicídio quadruplamente qualificado, posse de arma de fogo sem autorização, resistência com emprego de violência e ameaça e posse de granadas adulteradas.

Na decisão, o juiz Abby Ilharco Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, no Sul Fluminense, determinou que o julgamento seja realizado pelo tribunal do júri. Além disso, o magistrado estipulou prazo de dez dias, a partir da notificação, para que a defesa de Roberto Jefferson se manifeste. A condução do processo do ex-deputado foi transferida para a Justiça Federal pelo STF.

O político atacou agentes da Polícia Federal no dia 23 de outubro, com granadas e tiros de fuzil, durante o cumprimento do mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. Cerca de sete horas depois, o ex-presidente do PTB se entregou. 

Segundo o advogado criminalista Caio Padilha, o processo vai ser dividido em duas fases. A primeira teve início com o recebimento da denúncia. Para ele, os próximos passos são a manifestação da defesa de Roberto Jefferson, a designação de audiências de instrução e julgamento e a produção de provas.

A denúncia dos procuradores da República também destaca que Roberto Jefferson utilizou explosivos e armas que dificultaram a defesa dos agentes da Polícia Federal, no dia 23 de outubro, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio. O texto aponta que, mesmo depois de ter ouvido gritos de um policial ferido, o político lançou uma nova granada.

Os procuradores citam ainda uma confraternização que estava sendo realizada em um imóvel vizinho ao de Roberto Jefferson no momento dos disparos do político. Segundo a proprietária da casa, 16 crianças e quatro adultos ocupavam a residência e dois disparos e pedaços de prego cortados atingiram o imóvel. Além disso, uma das crianças fissurou a costela ao tentar se proteger. O carro de uma pessoa também foi danificado pelos disparos.

A policial Karina Lino Miranda de Oliveira foi salva pela própria pistola, que foi alvejada por um dos disparos efetuados pelo ex-deputado federal.

Em depoimento, Roberto Jefferson afirmou que disparou 50 tiros de fuzil e lançou três granadas contra os agentes que cumpriam mandado de prisão contra ele em outubro.

O ex-deputado está no presídio de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio. Procurada, a defesa do político não se manifestou.

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