O ex-deputado federal Roberto Jefferson vai ser julgado por tentativa de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, no processo relacionado ao ataque a tiros contra policiais federais, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio.
Antes, ele respondia por tentativa de homicídio doloso, quando há intenção de matar. A mudança atende a um pedido do Ministério Público Federal.
Roberto Jefferson está preso desde outubro do ano passado, quando atirou mais de 50 vezes e lançou três granadas contra agentes que cumpriam um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal após o descumprimento de medidas cautelares.
A defesa do ex-deputado afirma que não há qualquer prova que confirme a prática de tentativa de homicídio, seja doloso ou com dolo eventual, e classificou o episódio como acidente. Os advogados defendem que ele seja julgado por lesão corporal culposa em relação aos dois policiais federais que ficaram feridos e dano ao patrimônio público, já que a viatura também foi atingida.
Agora, a Justiça Federal aguarda o envio das alegações finais das partes para o encerramento da primeira fase do tribunal do júri. Depois, a a Justiça ainda vai decidir se ele será levado ou não a júri popular.
Em maio, Jefferson foi interrogado em audiência na Justiça Federal e disse que riu quando viu uma policial correndo para tentar fugir da granada lançada por ele. O ex-deputado também pediu desculpas aos agentes e disse que estava arrependido.
No mês passado, o Supremo Tribunal Federal determinou que o ex-deputado passasse por novos exames e avaliação do quadro físico e mental. A decisão do ministro Alexandre de Moraes acontece após o Ministério Público Federal pedir informações sobre o estado de saúde do político, antes de julgar.