Após a confirmação do primeiro caso de febre oropouche no Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que não há circulação local do vírus, mas destaca que o registro acende um alerta entre as autoridades de saúde pública.
O paciente diagnosticado com a doença é um homem de 42 anos que viajou ao Amazonas, estado com aumento expressivo do número de casos. Morador do Humaitá, na Zona Sul do Rio, ele apresenta boa evolução do quadro clínico e não precisou ser internado.
O caso foi confirmado pela Fundação Oswaldo Cruz, na quinta-feira (29). A transmissão da febre oropouche ocorre por meio de mosquitos.
O pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas André Siqueira acredita que a ocorrência de um surto da doença no Rio de Janeiro é improvável, já que a febre oropouche não é tão comum em áreas urbanas.
Os sintomas da febre oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
O subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, Mário Sérgio Ribeiro, explica que, em caso de suspeita da doença, a recomendação é procurar ajuda médica imediatamente.
Assim como a dengue, a doença não tem tratamento específico, mas não costuma provocar casos graves. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento dos sintomas e acompanhamento médico.
Em áreas rurais, o principal vetor é o maruim ou mosquito-pólvora. Já nos espaços urbanos, o pernilongo, também conhecido como muriçoca, é o transmissor mais comum.
Segundo o Ministério da Saúde, a prevenção inclui evitar áreas com muitos mosquitos, usar roupas que cubram a maior parte do corpo, aplicar repelente nas áreas expostas da pele e remover possíveis criadouros dos insetos, como água parada e folhas acumuladas.
O vírus da febre oropouche foi encontrado pela primeira vez no Brasil em 1960, em um bicho-preguiça, durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, foram relatados casos isolados e surtos principalmente nos estados da região amazônica.