Rio registra dois acidentes a cada três dias em corredores exclusivos do BRT

A média foi calculada pela empresa municipal Mobi-Rio

Por João Boueri

Rio registra dois acidentes a cada três dias em corredores exclusivos do BRT
brt
Beth Santos/Prefeitura do Rio

A cada três dias, dois acidentes são registrados na cidade do Rio de Janeiro em corredores exclusivos do sistema BRT. A média foi calculada pela empresa municipal Mobi-Rio, que fez um levantamento das colisões causadas pela invasão de veículos às calhas exclusivas dos ônibus articulados. 

Em 2025, 58 acidentes foram registrados nos mais de 150 quilômetros de extensão dos corredores. No ano anterior, foram 226 casos. 

Na maioria das colisões, os veículos invadiram a faixa exclusiva, fizeram conversões proibidas ou não respeitaram o sinal de trânsito da calha do BRT. O gasto estimado pelo município foi de R$ 110 mil nos últimos 15 meses com coletivos danificados durante os acidentes. O tempo médio fora de operação é de um a quatro dias.

O corredor com o maior número de colisões é o Transcarioca, onde a estudante Fernanda Vitória Alves, de 17 anos, foi atropelada por um carro oficial do Governo do Rio. A vítima não resistiu aos ferimentos. O corpo foi sepultado na tarde desta quinta-feira (27) no Cemitério do Caju, na Zona Portuária.

O veículo oficial estava circulando na pista exclusiva do BRT, o que não é permitido. Segundo a legislação, apenas veículos de polícia, socorro de incêndio, salvamento e de fiscalização de trânsito podem utilizar a faixa.

Fernanda Alves saia do colégio, quando tentou atravessar a Rua Cândido Benício, na Zona Oeste. O trecho não possui faixa de pedestre e nem sinalização de trânsito. A Prefeitura estuda ações para garantir a segurança das pessoas que circulam pela região.

O motorista era contratado da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Marco André Pinho Vargas foi exonerado e vai responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. 

Segundo a Polícia Civil, o motorista permaneceu no local e prestou depoimento. Ele contou que chegou a buzinar e tentar frear o carro quando viu a estudante de 17 anos atravessando a calha do BRT.

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