Rio e cenário nacional têm aumento da desigualdade de renda no trabalho

No segundo semestre de 2023, a região metropolitana fluminense superou, negativamente, os patamares do período de pandemia

Por Mariana Albuquerque

Segundo o resultado do estudo, atualmente, o País é mais desigual
Arquivo/Agência Brasil

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro continua sendo a mais desigual do Sudeste no quesito renda do trabalho. Ela também está no ranking das cinco mais desiguais do País. 

Os dados são do novo Boletim Desigualdade nas Metrópoles, divulgado nesta terça-feira (3). 

No segundo semestre de 2023, o Rio superou, negativamente, os patamares do período de pandemia, em 2020, e teve elevação acentuada da média móvel. A metrópole foi seguida de São Paulo, Grande Vitória e Belo Horizonte. 

Essa desigualdade, na renda do trabalho, em um cenário nacional, cresceu por cinco trimestres seguidos em todas as regiões metropolitanas. Das 22 metrópoles analisadas, em 17 delas houve o mesmo padrão de evolução. 

De acordo com o professor do Ippur/UFRJ e pesquisador do INCT Observatório das Metrópoles, Marcelo Gomes Ribeiro, responsável pelo estudo, os resultados significam que, atualmente, o País é mais desigual.

De acordo com o boletim, enquanto a renda de pessoas mais ricas subiu quase 10% no último ano, a de pessoas mais pobres teve um avanço de menos de 2% - fator que, segundo o estudo, explica a tendência de alta das desigualdades. 

O documento detalha que, até meados do ano passado, a renda dos mais pobres se recuperou da enorme queda sofrida durante a pandemia, mas que, a partir desse marco temporal, segue a tendência de estagnação. Segundo o pesquisador Marcelo Gomes, a entrada no mercado informal contribuiu para os dados.

O estudo também traz, em valores, a média geral de rendimentos: houve um aumento de 7,88% no segundo trimestre deste ano- maior valor dos últimos três anos e o segundo maior da série histórica, que se iniciou em 2014. Mas, em contrapartida, na seção dos de menor renda, houve redução do rendimento médio, do estrato, de 40% - isso em mais da metade das metrópoles.

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