Retestes do Hemorio em amostras de 286 doadores de órgãos dão negativo para HIV

Ao todo, 286 amostras, analisadas inicialmente pelo laboratório PCS, passaram por nova avaliação no hemocentro

Retestes do Hemorio em amostras de 286 doadores de órgãos dão negativo para HIV
As amostras passaram por novos textes pelo Hemorio
Fernando Zhiminaicela/Pixabay

Todos os testes realizados pelo Hemorio em amostras de doadores de órgãos deram negativo para HIV. A informação foi divulgada com exclusividade pelo diretor de conteúdo da Band, Rodolfo Schneider, e pelo diretor de jornalismo da Band Rio, Márcio Mele.

Ao todo, 286 amostras analisadas originalmente pelo laboratório laboratório PCS  Saleme passaram por nova avaliação pelo hemocentro.  Algumas delas passaram por até cinco análises para a certeza do resultado. Nenhuma nova contaminação foi identificada.

A ação ocorreu depois de seis pacientes testarem positivo para HIV após receberem órgãos transplantados. A BandNews FM denunciou o caso.

Durante agenda no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (29), a ministra da Saúde Nísia Trindade disse que as investigações estão sendo conduzidas pelas polícias civil e federal e que caberá a essas autoridades dar o resultado final.

Nísia falou que o Ministério da Saúde está trabalhando de uma maneira muito sólida para o fortalecimento do Sistema Nacional de Transplantes e reforçou que a população não pode perder a confiança nesse sistema que é reconhecido mundialmente.

Tivemos uma ação conjunta com o Conselho Nacional de Justiça para enfrentar o maior gargalo do sistema, que é a doação de órgãos pelas famílias. Então, estamos num caminho de fortalecer o sistema e é fundamental que qualquer e ainda mais algo dessa gravidade seja devidamente apurado e investigado com rigor, que a sociedade esteja informada, porque não podemos perder a confiança de nenhuma hipótese num sistema que é reconhecido mundialmente.

O PCS Lab Saleme tinha contrato para atender 13 unidades da rede estadual, incluindo o Programa Estadual de Transplantes. Todos os acordos foram suspensos. Os serviços nas outras 12 unidades será feito por um novo laboratório, ainda não definido pela Fundação Saúde. O órgão avalia a capacidade técnica do quarto colocado no pregão eletrônico do ano passado.

Entenda o caso

Diversos órgãos investigam a contaminação de seis pacientes que receberam órgãos transplantados no Rio de Janeiro e foram infectados com HIV. A informação foi revelada com exclusividade pelo diretor-geral de conteúdo do Grupo Bandeirantes de Comunicação e âncora da BandNews FM, Rodolfo Schneider. De acordo com técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, os exames de sangue feitos nos doadores apresentaram um falso negativo.

Todos os testes foram realizados na empresa PCS laboratórios, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O grupo foi contratado emergencialmente pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro em dezembro do ano passado.

A situação foi descoberta no último dia 10 de outubro, quando um paciente transplantado foi ao hospital com sintomas neurológicos e teve o resultado para HIV positivo; ele não tinha o vírus antes do transplante.

O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde souberam da infecção do engenheiro que vive no estado da Bahia entre os dias 12 e 14 de setembro. Ao todo, seis pacientes passaram a viver com HIV após a emissão de dois laudos falso-negativos pelo laboratório PCS Lab Saleme.

Seis pessoas foram presas. O sócio-proprietário Walter Vieira e o filho também sócio da empresa Matheus Sales Bandoli, e os funcionários Adriana Vargas, Cleber de Oliveira Santos, Ivanilson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis.

A suspeita da Polícia Civil é de que o laboratório tenha determinado uma mudança no controle da checagem dos reagentes na máquina analítica que fazia o teste de HIV para economizar.

Na denúncia, o Ministério Público disse que os envolvidos "tinham plena ciência de que pacientes que recebem órgãos transplantados recebem imunossupressores para evitar a sua rejeição, e que a aquisição de qualquer doença em um organismo já fragilizado, principalmente HIV, seria devastadora". A promotora destacou a "indiferença com a vida".

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