Representantes da Fifa e da Conmebol agendam para segunda-feira (8) a visita à sede da Confederação Brasileira de Futebol, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, para examinar a situação política da entidade.
Depois de ser destituído da presidência da CBF no início de dezembro, Ednaldo Rodrigues reassume o cargo após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, suspender a decisão da Justiça do Rio que determinou o afastamento.
Na ocasião, o Judiciário fluminense entendeu como ilegal um acordo entre o Ministério Público e a CBF em 2022, que definiu as regras para a eleição que levou Ednaldo ao comando da entidade.
Uma das primeiras ações tomadas por ele após retornar à presidência foi a demissão de Fernando Diniz do cargo de treinador da Seleção Brasileira, nesta sexta-feira (5). Diniz foi contratado em julho do ano passado e comandou o Brasil em apenas seis jogos, com duas vitórias, um empate e três derrotas.
Além disso, Ednaldo enviou a lista de jogadores que vão disputar o Pré-Olímpico de futebol masculino em fevereiro, na Venezuela. O torneio classifica duas seleções para os Jogos Olímpicos de Paris. A possibilidade de o Brasil ficar de fora do torneio foi uma das justificativas dadas pelo PCdoB no pedido da liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes.
A volta de Ednaldo ainda vai ser analisada no plenário do STF, mas ainda não há data para o julgamento. A ação discute até que ponto o MP e a Justiça podem atuar em questões relacionadas a entidades esportivas, de acordo com o estabelecido pela Lei Pelé e pela Lei Geral do Esporte.
O advogado mestre em direito desportivo Higor Maffei Bellini explica que a FIFA poderia adotar sanções à CBF por não aceitar interferências externas no comando da entidade.
A Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República também se posicionaram para que o Supremo Tribunal Federal devolvesse o cargo a Ednaldo Rodrigues.
Ainda em dezembro, a entidade máxima do futebol e a Conmebol enviaram uma carta à CBF, informando que queriam acompanhar de perto o processo político pelo qual a confederação passa. Elas ainda pediram que nenhuma eleição fosse realizada até a visita da comitiva.
Desde o afastamento de Ednaldo, a presidência da CBF era exercida interinamente pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, José Perdiz. A decisão da Justiça do Rio havia determinado a realização de nova eleição no prazo de 30 dias.