A redução de 7,1% no preço do gás natural vendido pela Petrobras às distribuidoras não deve ser repassada totalmente ao consumidor final. A avaliação é de especialistas ouvidos pela BandNews FM. A alteração começou a valer nesta terça-feira (1º). Segundo a companhia, com a nova mudança, o preço do gás natural passa a acumular uma queda de 25% no ano.
A redução influencia os valores nos postos de combustível e os do gás natural residencial. A mudança, porém, não atinge os preços do gás de cozinha, o GLP.
Segundo o professor da PUC-Rio e da ESPM Rio, Roberto Simonard, geralmente as distribuidoras aproveitam momentos de queda nos preços para aumentar as margens de lucro.
Na semana passada, o gás natural veicular foi vendido a R$ 4,55 em média no País, segundo um levantamento da Agência Nacional do Petróleo. Nesta terça-feira (1º), motoristas notaram queda em alguns postos da Região Metropolitana do Rio.
O economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais, explica que o reajuste acontece devido às oscilações da cotação do petróleo no mercado internacional e da taxa de câmbio. O petróleo do tipo Brent teve queda de 3,8% e o dólar caiu 4,8% no trimestre utilizado como referência para a redução.
No Rio de Janeiro, as tarifas do gás natural distribuído pela Naturgy também tiveram redução a partir desta terça-feira (1ª). No caso dos clientes residenciais da Região Metropolitana, a queda é de 1,7%. No interior do estado, a diminuição é de 2,85%.
Para os postos de combustível, as tarifas caíram 4,6% no Grande Rio e 6% no restante do estado. Se toda a redução fosse repassada aos motoristas, isso representaria uma queda de cerca de 20 centavos no preço do GNV na Região Metropolitana. No entanto, o valor final depende de outros fatores, como a margem de lucro dos postos.
QUAL COMBUSTÍVEL VALE MAIS A PENA?
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado, um metro cúbico de GNV pode render 13,2 quilômetros, enquanto com gasolina o rendimento é de 10,7 quilômetros e com o etanol, de 7,5 quilômetros.
No Rio de Janeiro, de acordo com a ANP, o preço médio do metro cúbico do GNV na semana passada era R$ 4,56, enquanto o litro do etanol custava R$ 4,20 e o da gasolina comum, R$ 5,48.
Ou seja, para rodar 10 km, o motorista gasta R$ 3,45 no GNV, R$ 5,60 no etanol e R$ 5,12 na gasolina. Por isso, abastecer com GNV pode ser, em média, 38% mais barato do que com o etanol. Os valores ainda variam de acordo com o modelo do carro, o tipo de estrada, a forma de conduzir e os combustíveis escolhidos.