Especialistas afirmam que a redução da faixa de areia na Praia do Leblon, na Zona Sul do Rio, observada por frequentadores, é influenciada pelas mudanças climáticas. O fenômeno acontece todos os anos, principalmente no inverno, por causa dos ventos, que empurram as ondas com a areia para outra direção.

Mas, segundo relatos de banhistas e comerciantes, nesse ano, a invasão da a água já acontece há cerca de dois meses, enquanto em outros anos, a situação não durava mais do que algumas semanas.

Segundo especialistas, por causa das mudanças climáticas, as ressacas, que levam os ventos para o lado do Arpoador, em Ipanema, na mesma região, se intensificam, ao mesmo tempo que há avanço do nível do mar. 

No fim de agosto, a forte ressaca fez com que a Avenida Delfim Moreira fosse invadida pela água e um trecho ficasse 24 horas fechado. Mas a invasão das ruas já acontece há mais tempo. Um relatório da ONU mostrou que, em 30 anos, o nível do mar subiu 13 centímetros na capital fluminense.

Ainda de acordo com especialistas, uma solução para um problema seria um estudo para o alargamento da faixa de areia no Leblon. No entanto, os pesquisadores alertam para o cuidado necessário, já que se deve evitar que a medida influencie a faixa de areia de outras praias.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura disse que a situação é de responsabilidade do Governo do Estado.

Veja a nota completa do Instituto Estadual do Ambiente:

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informa que o fenômeno de recuo da faixa de areia no Leblon é natural, principalmente na extremidade da Visconde de Albuquerque, devido à direção de incidência das ondas. Em períodos de ausência de ressaca no mar, a praia se recupera naturalmente, o que é esperado para o local.

A prerrogativa de ações de recuperação de faixas de areia é do Governo do Estado e também das Prefeituras. O instituto informa ainda que qualquer intervenção em faixa de areia precisa passar pelo processo de Licenciamento Ambiental, seja na esfera municipal ou estadual, e deve ser previamente autorizada pela Secretaria do Patrimônio da União, por se tratar de áreas sob o domínio da União.