Reativação de trens Itaguaí X Santa Cruz é discutida no Governo do Rio

Representantes do município da Baixada Fluminense argumentam que beneficiaria moradores, além de fortalecer os polos industriais de Itaguaí e de outras cidades da região

Por Gustavo Sleman

Reativação de trens Itaguaí X Santa Cruz é discutida no Governo do Rio
Reativação de trens Itaguaí X Santa Cruz é discutida no Governo do Rio
Agência Brasil

Em meio a discussões sobre a entrega da concessão do sistema ferroviário pela SuperVia, um outro projeto envolvendo o modal movimenta os bastidores do Governo do Rio: a reativação da operação de trens no antigo ramal Itaguaí X Santa Cruz.

No mês de março, a Secretaria Municipal de Transportes de Itaguaí, na Região Metropolitana, enviou um ofício à Secretaria de Estado de Transportes pedindo informações sobre a possibilidade da retomada da circulação das composições que atendam passageiros na linha.

A reportagem da BandNews FM teve acesso ao documento. Nele, representantes do município da Baixada Fluminense argumentam que a reativação beneficiaria moradores, além de fortalecer os polos industriais de Itaguaí e de outras cidades da região, como Japeri, Mangaratiba, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Parcambi, Queimados e Seropédica, bem como potencializar o turismo na região da Costa Verde.

O ofício também cita que o ramal já foi tema de muitas conversas e promessas de governos em todos os âmbitos.

A estação de Itaguaí foi inaugurada em 1910 e possui uma história que remonta aos primeiros anos do sitema ferroviário no estado. 

Segundo o diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, a linha férrea esta desativada desde a década de 1990. No entanto, Quintella afirma que, ao longo dos últimos anos, o ramal foi tema de discussões, estudos e promessas, até mesmo durante o período de concessão original do modal.

No fim de abril, o secretário estadual de Transportes respondeu à demanda apresentada pela Prefeitura de Itaguaí. No documento, ao qual a BandNews FM também teve acesso, Washington Reis informou que, embora tenha sido iniciado um estudo de viabilidade sobre a reativação em 2021, o progresso até o momento é limitado.

Segundo Reis, o trecho em questão apresenta desafios significativos que devem ser superados antes que a reativação seja viável. O secretário lista que o primeiro trecho analisado, com cerca de 1.220 metros em linha reta, está totalmente ocupado por residências e ruas, sendo necessário realizar desapropriações.

Já o segundo trecho, com 2.233 metros, de acordo com o documento, atravessa uma área verde não habitada, base aérea de Santa Cruz, o que exigiria negociações com o órgão responsável.

O texto explica ainda que um terceiro trecho, com 2.066 metros, possui uma linha ferroviária ativa pertencente à MRS, o que exigiria um acordo com a empresa. Além disso, a ponte sobre o Rio Guandu, no final deste trecho, precisaria ser reconstruída.

O secretário também cita que o quarto e o quinto trechos, com 4.892 metros, apresentam uma ferrovia que requer adequações e melhorias. Washington Reis finaliza ressaltando que, caso haja interesse do setor público em reativar o serviço, seria necessário avançar nos estudos de viabilidade econômica.

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