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Queimadas aumentaram nível de mercúrio no ar no estado do Rio, aponta estudo

As coletas foram realizadas entre 2022 e 2023 na Gávea, na Zona Sul da capita fluminense, em Campos dos Goytacazes, no Norte do Estado,

Por Guilherme Veiga (sob supervisão)

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Reprodução

Um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Química Atmosférica da PUC-Rio mostra que 63% das amostras de mercúrio particulado no ar apresentam concentrações diárias maiores que os padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde. As coletas foram realizadas entre 2022 e 2023 na Gávea, na Zona Sul da capita fluminense, em Campos dos Goytacazes, no Norte do Estado, e no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, que fica entre a Baixada Fluminense e a Região Serrana.

A concentração média de mercúrio em Campos dos Goytacazes foi a maior registrada entre as três áreas de estudo. O município do Norte Fluminense é fortemente marcado pela queima de cana-de-açúcar durante o período de safra, quando as condições climáticas são mais propícias para o plantio e a colheita.

Mesmo sendo uma área de reserva ambiental, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos aparece com uma maior quantidade média de mercúrio que a Gávea, bairro da Zona Sul do Rio, uma região predominantemente urbana.

A coordenadora do Laboratório de Química Atmosférica da PUC-Rio, Adriana Gioda, explica os fatores que impulsionam a emissão do elemento na atmosfera em cada um dos locais.

No caso de área urbana, (a concetração) está relacionada à queima de combustível fóssil. O diesel, a queima de carvão, acaba eliminando mercúrio para a atmosfera. Na área natural, geralmente ela está associada a fontes naturais mesmo, como a erosão dos solos e das rochas, as fontes antropogênicas por perto, e é o que acontece ali no Parnaso. Nosso ponto de coleta é bastante próximo da rodovia, onde passam muitos caminhões, muitos carros. Na área de queimada, então, ela é mais alta devido à própria combustão da biomassa das plantas e do solo. Quando essa biomassa é queimada, ele vai para a atmosfera.

O estudo é o primeiro a fazer a análise de mercúrio em partícula através de um analisador de leitura direta no Rio de Janeiro. O artigo, publicado na revista científica britânica Royal Society of Chemistry, alerta para os potenciais problemas à saúde causados pela produção de poluentes.

A alternância do nível de concentração do mercúrio ao longo das estações do ano também foi avaliada pelos pesquisadores. Durante o outono, foram observadas 37% das concentrações do elemento no ar, seguido pela primavera com 28%, inverno com 24%, e verão com 11%.

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