Quebra de confiança em Ronnie Lessa teria motivado delação de Élcio Queiroz

O ex-policial militar confessou que dirigiu o carro usado na execução de Marielle Franco e confirmou que Lessa foi o autor dos disparos

Por Pedro Dobal

Quebra de confiança em Ronnie Lessa teria motivado delação de Élcio Queiroz
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz já estavam presos e vão a júri popular
Reprodução/TV Band

O ex-policial militar Élcio Queiroz decidiu fazer delação premiada e detalhar a dinâmica dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes após uma quebra de confiança entre ele e o policial reformado Ronnie Lessa. No depoimento, Élcio confessou que dirigiu o carro usado na execução e confirmou que Lessa foi o autor dos disparos. 

Segundo Queiroz, Ronnie mentiu para ele sobre não ter realizado pesquisas em relação ao CPF de Marielle Franco, o que foi comprovado durante as investigações.

As provas revelaram que Lessa fez buscou por Marielle e pela filha dela, Luyara, em um site de consulta de crédito. O objetivo era descobrir o endereço da vereadora. As pesquisas foram feitas dois dias antes do crime, que aconteceu no dia 14 de março de 2018. Quatro minutos após a consulta do CPF, Ronnie pesquisou no Google um dos endereços que apareceram no resultado da busca.

A descoberta contraria a versão da defesa de Ronnie Lessa. Nos autos do processo, os advogados dele diziam que o policial reformado não havia pesquisado por Marielle e que, por isso, não faria sentido dizer que ele tinha planejado o assassinato.

O pagamento das consultas no site foi feito por meio de seis cartões de crédito diferentes, sendo que cinco eram vinculados a Ronnie Lessa. Um dos cartões chegou a ser apreendido no dia da prisão dele, em 2019.

Além disso, o depoimento da esposa de Lessa apresentou incongruências em relação à versão apresentada pelos dois. Segundo a Polícia Federal, Élcio decidiu colaborar ao perceber as falhas da defesa e que não seria absolvido.

Queiroz ainda começou a desconfiar que Ronnie teria recebido dinheiro para executar o crime, o que ele negava. 

No depoimento, o ex-PM citou que, após o crime, Lessa comprou um carro blindado e uma lancha, além de ostentar, em determinada situação, sobre a possibilidade de construir casas em terrenos em Angra dos Reis, na Costa Verde, e na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

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