Quatro pessoas são presas em uma operação do Ministério Público do Rio contra integrantes de uma rede de comércio ilegal de armas de fogo e munição. A ação é um desdobramento de outra operação deflagrada em agosto do ano passado contra a quadrilha chefiada pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa e pelo policial reformado Ronnie Lessa, voltada à exploração clandestina de sinais de TV e internet.
Os dois estão presos por envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie confessou que fez os disparos e Maxwell é acusado de monitorar a rotina de Marielle, participar de uma tentativa frustrada de execução e ajudar no sumiço de provas. Eles não são alvo da operação desta sexta-feira.
Ao todo, foram expedidos cinco mandados de prisão e oito de busca e apreensão em endereços de cinco pessoas denunciadas à Justiça. As equipes estiveram nos bairros de Rocha Miranda, Honório Gurgel, Colégio e Catumbi, na Zona Norte. A ação também contou com o apoio da Polícia Civil e a Polícia Militar.
Em delação premiada, o ex-PM Élcio Queiroz contou que o esquema de "gatonet" chefiado por Ronnie e Maxwell tinha áreas de influência divididas entre os dois, principalmente em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, e na comunidade Jorge Turco, na mesma região.
Com a análise das provas obtidas por meio da operação de agosto, os investigadores descobriram que o grupo também atuava no comércio de armas e munição.
Segundo o Ministério Público, a rede ilegal comercializava até mesmo armas de uso restrito. A denúncia descreve a dinâmica da compra e venda de diversos armamentos, incluindo um fuzil.
Entre os alvos nesta sexta-feira (1º), está Welington de Oliveira Rodrigues, conhecido como "Manguaça", apontado como um dos gerentes do esquema de "gatonet" de Maxwell e Lessa. Ele já estava preso e o mandado foi cumprido na cadeia pública de São Gonçalo, na Região Metropolitana.
A ação ainda prendeu o ex-policial militar Paulo Sérgio Ladi Pereira, Roberto Pinheiro Mota e Uellington Aleixo Vitória Coutinho, conhecido como Morcegão.
A reportagem da BandNews FM tenta contato com a defesa dos acusados.