Após serem ouvidos na delegacia, o deputado federal Glauber Braga e três estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foram liberados. Eles haviam sido detidos durante um protesto contra a desocupação da universidade, nesta sexta-feira (20).
A segurança está reforçada no entorno do campus Maracanã da insituição após a desocupação feita pela Polícia Militar.
A operação foi realizada após decisão judicial. Houve confusão na chegada da tropa de Choque, com barricadas incendiadas do lado de fora da unidade. Bombas de efeito moral foram disparadas pela corporação.
Dezenas de estudantes que participavam da ocupação deixaram a UERJ correndo da Polícia. Poucos permaneceram no prédio da reitoria por alguns minutos, até que o movimento foi totalmente desmobilizado.
Glauber Braga e os estudantes detidos estavam deixando a Universidade quando foram abordados pelos militares. O parlamentar alegou ter ido ao local para garantir os direitos dos alunos.
Em nota, o partido disse que acionará o STF pela violação da imunidade parlamentar, o STJ - contra o governador Claudio Castro, e o Ministério da Educação, pela ação classificada como truculenta. Durante a desocupação, um PM foi ferido enquanto manuseava um artefato explosivo da corporação. Ele passou por cirurgia.
A reitora da UERJ, Gulnar Azevedo, lamentou que a negociação não tenha sido encerrada de forma amigável após oito reuniões com entidades representativas dos estudantes.
A ocupação teve início no fim de julho depois do anúncio do corte de bolsas de apoio a vulnerabilidade social. Segundo a reitoria, cerca de 2590 alunos recebiam o benefício. Com o corte, o número caíria para 1400 e com valores reduzidos. Todas as propostas da UERJ de retomada parcial dos benefícios foram negadas pelos movimentos estudantis.
Durante as últimas semanas de ocupação foram registrados atos de vandalismo, como a depredação de salas e pixação de paredes. Vídeos recebidos pela reportagem mostram um cenário de destruição no prédio da reitoria após a operação que retirou os estudantes. Um dia antes, parte dos manifestantes já agia de forma mais truculenta. Com o rosto coberto, vários deles usaram mangueiras de incêndio, pedaços de madeira, objetos cortantes e spray de pimenta contra seguranças.