Prometida há mais de uma década, a nova sede do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar em Ramos, na Zona Norte do Rio, está com as obras atrasadas há nove meses.
O contrato foi assinado em novembro de 2021 e o prazo para conclusão era agosto do ano passado. Desde então, já foram feitos quatro termos aditivos, que adiaram o término das obras três vezes e acrescentaram R$ 1,3 milhão ao contrato, totalizando R$ 12,5 milhões.
O terreno de 198 mil metros quadrados pertencia ao antigo Batalhão de Infantaria Blindada do Exército e foi cedido ao Governo do Estado em 2010 para receber as unidades subordinadas ao Comando de Operações Especiais.
O espaço deve abrigar as sedes do Batalhão de Ações com Cães, hoje em Olaria, e do Grupamento Aeromóvel, atualmente em Niterói, na Região Metropolitana. O projeto inicial também incluía a transferência do Bope e do Batalhão de Choque, mas eles devem continuar sediados na Zona Sul e no Centro do Rio.
Segundo o Governo do Estado, as obras estavam 60% concluídas ainda no ano passado. Mas quem passa pela região tem a sensação de que elas nunca começaram. O geógrafo Hugo Costa, que é morador de Ramos, conta que a promessa é antiga. Ele acredita que a instalação das unidades da PM pode ajudar a melhorar a segurança da região.
O projeto era um compromisso firmado para a Olimpíada de 2016. O local escolhido é considerado estratégico devido à proximidade às principais vias expressas da cidade e aos complexos da Maré, do Alemão e do Jacarezinho.
Na última quinta-feira (27), a comissão responsável por fiscalizar as obras notificou a Carletti Construções e Serviços e deu um prazo de cinco dias para que a empresa justifique a situação e apresente um plano estratégico para compensar os atrasos. Uma visita técnica constatou que o andamento da obra continua em ritmo lento, com o efetivo de somente 25 a 30 trabalhadores.
Durante as negociações para a prorrogação do contrato, a construtora alegou que os trabalhos foram prejudicados pela grande quantidade de chuvas e pela realização de serviços que não estavam previstos inicialmente.
Procuradas pela BandNews FM, a Polícia Militar, a Secretaria de Infraestrutura e a Carletti Construções não se posicionaram sobre o assunto.