Profissionais da rede de hospitais federais entram em greve

A paralisação tem como objetivo impedir que o MS divida administração das unidades com a Prefeitura, Governo do Rio, e grupos privados

Por Daniel Henrique

Greve será realizada por tempo indeterminado
Reprodução

Os profissionais da rede de hospitais federais do Rio de Janeiro entram em greve por tempo indeterminado. A medida teve início nesta quarta-feira (15).

Segundo o Sindicato que representa a categoria, a paralisação tem como objetivo impedir que o Ministério da Saúde divida a administração das unidades com a Prefeitura e o Governo do Rio, e com grupos privados.

A decisão pela greve foi aprovada em assembleia na segunda da semana passada (6).

A enfermeira do Hospital Federal de Bonsucesso, Rosiane Vilela, fala sobre o estado de sucateamento da unidade.

A rede federal vem sofrendo um desgaste há muito tempo. Um sucateamento da rede federal. É falta de insumos, falta de medicação, são setores fechados, vide a nossa emergência fechada há anos, uma grande emergência. Uma emergência de grande porte a beira de uma Avenida Brasil fechada há muito tempo.

A técnica de enfermagem da mesma unidade, Carina Cristina, diz que a falta de insumos atrapalha na qualidade do atendimento.

Atrapalha porque as vezes você tem duas caixas de luva para atender pacientes com precaução de contato. Então assim, é uma necessidade. A gente tem que fazer um curativo, como é que você vai manipular um paciente com precaução de contato sem luvas? Tem os procedimentos também que precisam de luvas estéreis, não pode ser qualquer tipo de luva porque corre o risco da contaminação. E a falta de insumos compromete a qualidade do nosso serviço também.

A faxineira Genilda Maria é paciente do Hospital Federal de Bonsucesso. Ela reclama que a espera para o atendimento de algumas especialidades médicas é demorada.

Clínico geral, ortopedista, mas tá muito devagar, não to conseguindo nada. To com problema no negócio dos dentes, não to conseguindo dentista nem nada, tá muito devagar.

Com a greve, podem ser suspensas as cirurgias eletivas, assim como as consultas e exames eletivos não oncológicos. Já em serviços de hemodiálise, diálise, quimioterapia, oncologia, cirurgias oncológicas, trocas de sonda, cirurgias e atendimentos de emergência, serviços de maternidade, atendimento a pacientes especiais e transplantes, o atendimento pode ficar com apenas 30% dos profissionais.

Entre outras reivindicações estão previsão de verbas do orçamento, realização de concurso público para cobrir o deficit de pessoal, pagamento adicional de insalubridade em grau máximo e do piso da enfermagem em valores integrais.

Ainda segundo o Sindicato, houve tentativas de entendimento com o governo para a solução dos problemas da rede, mas sem sucesso.

O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou.

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