Os professores da rede estadual de ensino decidiram manter a greve que começou nesta quarta-feira (17). A continuidade da paralisação foi votada durante assembleia da categoria na tarde desta quinta (18), no Largo do Machado, na Zona Sul da capital. Os profissionais também fizeram uma manifestação.
Segundo o Sindicado dos Profissionais da Educação, cerca de duas mil pessoas participaram da assembleia. Os grevistas querem a equiparação do salário do estado ao piso nacional. A greve foi decretada, após o Governo do Rio anunciar que professores vão receber o piso salarial nacional do magistério. Mas, de acordo com o SEPE, a ação é apenas um reajuste dos salários abaixo do piso. O Sindicato ressalta ainda que, no Rio, os professores que trabalham 18 horas por semana recebem um salário base de R$ 1588, enquanto a legislação federal prevê um salário base de R$1.989 para um professor em início de carreira.
Para a diretora do sindicato, Maria Beatriz Rios, a proposta feita pelo Governo do Estado não respeita o plano de cargos e salários do magistrado.
Os profissionais ainda pedem a contratação de mais professores aprovados em concursos e o fim do novo ensino médio. Os manifestantes fizeram uma passeata em direção ao Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado. Eles gritaram palavras de ordem e carregaram faixas. A Rua Pinheiro Machado foi interditada nas duas faixas. O protesto seguiu pacífico e foi acompanhado pela Polícia Militar.
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação do Rio afirmou que possui um sistema automatizado de controle de frequência dos profissionais da rede e que 87% dos professores compareceram às aulas em todo o estado nesta quinta-feira. Já o SEPE afirmou que 60% dos profissionais aderiram à greve.
A Secretaria disse ainda que o aumento concedido pelo governo é o pagamento do piso nacional para todos os cargos e níveis do magistério que não recebem o valor correspondente de R$ 4.420,00 para professores de 40 horas semanais e que a medida vai ter um impacto significativo para quase metade do funcionalismo. A pasta afirmou ainda que, desta forma, nenhum professor da rede estadual de ensino ganhará menos do que o piso nacional. Quanto ao plano de cargos e salários, a nota diz que não há disponibilidade orçamentária e financeira no momento para a aplicação do mesmo, já que o Rio encontra-se em Regime de Recuperação Fiscal.