Produtores do RS devem abrir mão de culturas tradicionais, afirma Embrapa

Como o solo absorveu muita água desde o início das chuvas no Rio Grande do Sul, no dia 27 de abril, ainda não se sabe, por exemplo, se haverá plantação de arroz ou trigo na próxima safra, segundo a Embrapa

Por João Boueri

Rio Grande do Sul
Agência Brasil

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária já estima que os produtores do Rio Grande do Sul devem abrir mão das culturas tradicionais e desenvolver outras atividades agrícolas e pecuárias nos próximos meses.

Como o solo absorveu muita água desde o início das chuvas no Rio Grande do Sul, no dia 27 de abril, ainda não se sabe, por exemplo, se haverá plantação de arroz ou trigo na próxima safra, segundo a Embrapa.

No último dia 10, o Governo Federal editou uma Medida Provisória que autoriza, em caráter excepcional, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a importar até 1 milhão de tonelada de arroz.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), os desastres no Rio Grande do Sul já comprometeram parte da produção volta ao mercado interno. A região do Sul do país é responsável por cerca de de 70% do total produzido no País e do consumo nacional.  

Nesta quinta-feira (16), a reportagem da BandNews FM percorreu a segunda maior central de abastecimento da América Latina.

Na Ceasa do Rio, em Irajá, na Zona Norte da capital, a entrada de produtos hortifrutigranjeiros oriundos do Rio Grande do Sul, por exemplo, teve queda de 71% nas últimas semanas. Entre o dia 28 de abril e 3 de maio, 1.452 toneladas chegaram na central. No entanto, do dia 12 de maio até esta quinta-feira, apenas 330 toneladas entraram no local.

A redução pode ser ainda maior. Isso porque a portaria eletrônica que registra a entrada de produtos de forma automática não está em funcionamento desde a semana passada, em decorrência de roubo de cabos. A checagem dos produtos é realizada manualmente.

A situação do município de Vacaria, no Rio Grande do Sul, preocupa os comerciantes. É de lá que sai parte da produção de maçã. Para Sandro Jannuzi, de 51 anos, o preço pode continuar em alta. No ano passado, uma caixa de 120 unidades da fruta era vendida por R$120 na loja em que ele trabalha. Agora, não sai por menos de R$160.

Já para o gerente de loja Marcelo Vieira, de 48 anos, a quebra de safra da maçã já registrada no ano passado também devido as condições climáticas.

No Rio de Janeiro, os principais produtos que chegam o Rio Grande do Sul são maçã, cebola, pera, algumas frutas importadas, arroz para os atacados, pescados, carnes, batata e outros gêneros.

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