Processo de afastamento da prefeita de Saquarema ainda não entrou em votação

Os parlamentares também entraram com um requerimento à Mesa Diretora para que a política se explicasse na Casa Legislativa da cidade

Por João BoueriGabriela MorgadoFernanda CaldasMaria Eduarda Vieira

Prefeita de Saquarema
Divulgação/Prefeitura

A Câmara Municipal de Saquarema ainda não colocou em votação o processo de afastamento da prefeita Manoela Peres apresentado pelos vereadores na semana passada. Os parlamentares também entraram com um requerimento à Mesa Diretora para que a política se explicasse na Casa Legislativa da cidade da Região dos Lagos.

O presidente da Câmara era contrário ao pedido dos vereadores, mas, a partir da determinação judicial de afastamento, começou a debater com o jurídico da Casa Legislativa a possibilidade.

Na sessão realizada na terça-feira (6), o presidente, o vereador Dinei do Raio-X, foi cobrado pelos demais parlamentares para colocar o tema em discussão e classificou como "temerário" a análise do requerimento nesse momento.

O Ministério Público do Rio investiga um suposto esquema de corrupção relativo ao programa educacional Conexão do Futuro, que teria beneficiado a prefeita afastada, além de diversas pessoas ligadas a ela, incluindo familiares.

O município previa gastos de R$ 326 milhões com o programa que tem como objetivo oferecer aulas de reforço e atividades extracurriculares para alunos da rede municipal. Apesar do alto valor do contrato, apenas o Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Inovação participou do chamamento público e foi contratado para gerir o projeto.

Na quinta-feira (1), Manoela Peres foi afastada por 90 dias acusada de corrupção pela Justiça do Rio. A Polícia Civil ainda não conseguiu ouvir a funcionária flagrada tentando levar documentos da sede da Prefeitura, após a decisão judicial de afasmento. Imagens gravadas por moradores da cidade da Região dos Lagos mostram correria e pessoas tentando sair do local com documentos. O delegado responsável pela investigação disse que está em contato com a defesa da servidora.

Rômulo Gomes assumiu interinamente e determinou auditoria em todos os contratos municipais. No dia seguinte, todos os secretários de governo foram exonerados na semana passada.

A decisão do desembargador Marco Antônio Ibrahim também tornou os bens da política indisponíveis.

A prefeita afastada disse que vai recorrer da decisão judicial e que, assim que soube das denúncias envolvendo a iniciativa educacional, determinou o cancelamento do programa.

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