Prisão de Zinho pode abrir espaço para disputa de território na Zona Oeste

Dois criminosos passam a ser os mais procurados do Rio: Danilo Dias Lima, o Tandera, e Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, o Abelha

Por Carlos Briggs

A prisão do bandido mais procurado do Rio pode abrir espaço para uma nova guerra na Zona Oeste da capital fluminense. A afirmação é de especialistas ouvidos pela BandNews FM. Para o perito em Criminalística e Psicanálise Forense José Ricardo Bandeira, é possível que, com a queda de Luis Antônio da Silva Braga, grupos criminosos rivais tentem tomar o controle de áreas dominadas pelo grupo de Zinho.

Com a prisão de Zinho, dois criminosos passam a ser os mais procurados do Rio: Danilo Dias Lima, o miliciano Tandera, e Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, o traficante Abelha. 

Em outubro, o governador Cláudio Castro afirmou que os três estavam na mira das polícias, após 35 ônibus terem sido incendiados na Zona Oeste do Rio. Os ataques aconteceram por causa da morte do segundo nome mais importante da milícia de Zinho: o sobrinho dele, Matheus da Silva Rezende, o Faustão. O bandido era apontado como o sucessor do tio. 

O responsável por dar a ordem para os ataques, segundo investigações dos setores de inteligência das polícias do Rio, foi Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como Pipito. 

Na época, poucas horas depois de ter sido expedido, um mandado contra ele chegou a sumir do Banco Nacional de Mandados de Prisão, do Conselho Nacional de Justiça, e, depois, apareceu como prescrito. Pipito. Ele é o principal nome atualmente na linha de sucessão do bando.

Para o professor de sociologia e coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense, Daniel Hirata, as forças de segurança do Rio precisam, também, passar a ter as atenções voltadas para o bandido que passar a ocupar o lugar de Zinho no comando da organização criminosa.

A Zona Oeste conta com aproximadamente dois milhões e meio de habitantes, de acordo com o Censo IBGE de 2010. Dados do Fogo Cruzado mostram que, a cada 48 horas, uma pessoa morre baleada na região. Por dia, pelo menos uma pessoa fica ferida vítima de disparo. 

Só nos primeiros nove meses desse ano, a plataforma registou 145 mortes e 401 pessoas feridas, um aumento de 55%, quando comparado com o mesmo período em 2022.

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