PRF esteve no hospital onde Heloisa estava internada após ter sido baleada

O procurador Eduardo Benones afirma que 28 policiais rodoviários federais estiveram presentes no hospital onde a menina Heloisa dos Santos Silva, de três anos, foi levada, após ser atingida durante uma abordagem da Corporação

Por Mariana Albuquerque

A menina faleceu na manhã do último sábado
Reprodução/Arquivo Pessoal

O Ministério Público Federal afirma que 28 agentes da Polícia Rodoviária Federal estiveram presentes no hospital onde a menina Heloisa dos Santos Silva, de três anos, foi levada, após ser atingida durante uma abordagem da Corporação.  

Nesse fim de semana, o procurador Eduardo Benones pediu a prisão preventiva dos três agentes envolvidos na ação, que agora é analisada pela Justiça Federal. No pedido, o procurador afirma que a presença e o contato desses agentes com os parentes da criança demonstram um 'uso indevido da força corporativa'.  

“Com efeito, fatos como os acima narrados causaram um abalo psicológico concreto nas vítimas, as quais, obtempere-se, já estavam e estão fragilizadas por terem passado pela traumática experiência de terem o carro cravejado de tiros e um familiar, de apenas três anos de idade lesionado por tiros de fuzil. Claro está que a vítima e testemunha Rayra foi intimidada como forma de manipular a investigação e que continuará a sê-lo caso não haja intervenção judicial”, descreve o promotor. 

Em depoimento prestado ao MPF, a tia de Heloisa, Rayra Fernanda dos Santos, que estava no carro no momento do disparo, relatou que, em ambiente hospitalar, esses agentes - não envolvidos na abordagem- vasculharam e mexiam no carro atingido. Ela ainda revelou que um agente teria apontado um projétil e dito que aquele era o artefato que teria atingido o carro.  

O Ministério Público também pediu uma nova perícia do carro onde estava Heloisa, o pai, a tia e uma irmã da criança, de oito anos. Segundo o procurador Eduardo Benones, é a Polícia Federal quem deve realizar o procedimento, como o caso está em âmbito federal.

O órgão também apura a tentativa de entrada de um agente na Unidade de Terapia Intensiva onde Heloisa estava, nos primeiros dias de internação. Newton Agripino de Oliveira FIlho não estava autorizado, nem pela Corporação ou pelo Hospital, a entrar. Segundo o MPF, ele teria importunado o pai de Heloisa e motorista do carro, William Silva, buscando estabelecer conexões, sem que isso fosse parte de qualquer estratégia da PRF.  

Neste sábado (16), a criança morreu, após ficar nove dias internada. Segundo o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Heloísa sofreu uma parada cardiorrespiratória, que não foi possível ser revertida. Neste domingo (17), a menina foi enterrada, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.  

Em nota, a Polícia Rodoviária Federal disse que está acompanhando as investigações e as determinações judiciais serão cumpridas.

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.