O presidente Lula critica o Conselho de Segurança da ONU, dizendo que a omissão do órgão é uma ameaça à paz e a segurança internacional. A declaração aconteceu durante discurso sobre a Reforma da Governança Global, segundo tema da Reunião de Cúpula dos Líderes do G20, que acontece no Rio de Janeiro.
Lula também afirmou que o uso indiscriminado do veto por parte dos cinco membros permanentes do Conselho torna a ONU refém deles. No discurso, o presidente citou países que já passaram por guerras e Intervenções e afirmou que sanções unilaterais provocam sofrimento e atingem os mais vulneráveis.
Do Iraque à Ucrânia, da Bósnia a Gaza, consolida-se a percepção de que nem todo território merece ter sua integridade respeitada e nem toda vida tem o mesmo valor. Intervenções desastrosas subverteram a ordem no Afeganistão e na Líbia. A indiferença relegou o Sudão e o Haiti ao esquecimento. Sanções unilaterais produzem sofrimento e atingem os mais vulneráveis.
A reforma da governança global é uma das bandeiras defendidas pela presidência brasileira no G20. No domingo (17), a ideia de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU foi endossada pelo próprio secretário-geral do órgão, Antonio Guterres, durante entrevista coletiva.
Uma das propostas apresentadas pelo presidente Lula é a cooperação tributária internacional, que inclui a taxação sobre o patrimônio dos chamados super-ricos.
Estudos encomendados pela Trilha de Finanças do G20 são reveladores. Uma taxação de 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar recursos da ordem de 250 bilhões de dólares por ano para serem investidos no enfrentamento dos desafios sociais e ambientais do nosso tempo. A estabilidade mundial depende de instituições mais representativas. A pluralidade de vozes funciona como vetor de equilíbrio.
A Cúpula dos Líderes do G20 vai até esta terça-feira (19) no Museu de Arte Moderna do Rio. Mais cedo, o presidente Lula discursou no lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que já conta com a adesão de mais de oitenta países. Na terça, Lula deve discursar, também, na abertura da terceira Plenária, que vai tratar da sustentabilidade e da transição energética justa. A sessão está prevista para a parte da manhã.