O prefeito e o vice-prefeito de Mangaratiba, na Costa Verde do Rio, vão permanecer nos cargos até que o recurso contra a decisão da Justiça Eleitoral de cassar o mandato de ambos seja julgado. Eles ainda podem recorrer da decisão.
Na semana passada, o juiz eleitoral Richard Robert decidiu cassar os mandatos do prefeito Alan Campos da Costa, conhecido como Alan Bombeiro, e do vice Alcimar Moreira Carvalho (Patriota), conhecido como Chicão da Ilha, acusados de abuso de poder político e econômico. Na sentença, o magistrado também determinou que Alan fique inelegível pelos próximos oito anos.
Segundo os documentos, a Prefeitura de Mangaratiba fez 1077 contratações para cargos comissionados e outras 745 para cargos temporários, no período de janeiro a 15 novembro de 2020, ano das eleições municipais.
Ao todo, foram 1822 contratações, que correspondem a cerca de 4,8% do número total de eleitores do município de Mangaratiba. O que, para as autoridades, aponta para a captação de votos para a reeleição.
De acordo com o cientista político Guilherme Carvalhido, essa prática ainda é muito comum no país, principalmente em municípios menores, onde os políticos podem garantir até quatro vezes mais votos.
Além disso, as contratações aconteceram durante o período em que apenas os serviços essenciais estavam em funcionamento no Estado, por causa da pandemia. Dessa forma, as autoridades entenderam que cargos como os de assessor de inspeção e de controle e rotina das unidades escolares não eram fundamentais.
Procurado, o Município de Mangaratiba informou que não vai se posicionar, pois se trata de uma decisão de cunho eleitoral. As defesas dos políticos não foram localizadas pela reportagem.