O prefeito de Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio, nomeia a esposa e o sobrinho como secretários do município. Marcos Abrahão (União) foi eleito no primeiro turno, com 28,43% dos votos.
Após assumir a Prefeitura no dia 1º de janeiro, nomeou a mulher, Eucimar Mendonça Valente Abrahão, como secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação e o sobrinho, Ricardo Abrahão Flores, como secretário de Comunicação Social.
Nomear parentes do prefeito para secretarias é considerado nepotismo, portanto, inconstitucional.
Segundo especialistas, em alguns casos, pode-se alegar à Justiça que os parentes têm capacidade técnica para os cargos, o que poderia ser caracterizado como exceção. As análises acontecem caso a caso e dependem do entendimento dos juízes e ministros.
No entanto, a esposa do prefeito se apresenta nas redes sociais como corretora de imóveis e o sobrinho como fundador de uma empresa de designer e de um canal no Youtube. Ricardo Abrahão Flores já tinha se candidatado para vereador em Rio Bonito, em 2016, e foi eleito como suplente. Na época, a ocupação de Ricardo era como desenhista e ele não tinha ensino superior.
Para o especialista em direito público, Sérgio Camargo, a atitude demonstra a ousadia dos políticos brasileiro frente à justiça.
Além disso, o prefeito eleito, Marcos Abrahão já foi deputado estadual e assumiu o cargo enquanto estava preso. Ele foi detido durante operação contra deputados acusados de corrupção em um desdobramento da Lava-jato.
Na terça-feira (7), a BandNews FM já tinha denunciado que o prefeito de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, tinha nomeado o filho como secretário de Habitação, Urbanismo e Iluminação Pública.
Procurados, o Ministério Público e a Prefeitura de Rio Bonito ainda não se posicionaram.