Prédio que seria destinado às vítimas da chuva em Petrópolis não foi entregue

O imóvel, com 32 apartamentos, custou R$ 3,5 milhões. O local ainda passa por reformas a quase um ano e meio da tragédia

Por Carlos Briggs

O negócio foi fechado em março do ano passado
Ricardo Moraes/Agência Brasil

Quase um ano e meio após a maior tragédia natural de Petrópolis, que deixou mais de 230 pessoas mortas e cerca de 3.500 desabrigadas, o único imóvel comprado com recursos públicos e que poderia ser usado por quem perdeu tudo no temporal, segue em obras, para reformas elétricas e hidráulicas.

O prédio, com 32 apartamentos, custou R$ 3,5 milhões. O dinheiro veio da Assembleia Legislativa do Rio, para ajudar na reconstrução da cidade da Região Serrana.

O negócio foi fechado em março do ano passado. No próprio site da Prefeitura de Petrópolis há uma matéria, com a seguinte manchete: "Prefeitura compra imóvel na Floriano Peixoto para atender 32 famílias vítimas da chuva". Até hoje, nenhum morador foi atendido. Muitos também não receberam, até hoje, o aluguel social.

Diante da situação, algumas pessoas tiveram que voltar para a área de risco. É o caso do aposentado Mário Carlos da Silva. Ele vive no Morro da Oficina e a casa dele é uma das poucas que ficaram de pé.

Maíse Freitag também não conseguiu o aluguel social. Aos 64 anos, ela decidiu voltar ao batente e passou a vender trufas.

Em nota, a Prefeitura de Petrópolis informou que o prédio da Rua Floriano Peixoto vai funcionar como um abrigo público provisório de uso misto para famílias em situação de vulnerabilidade e que, para isso, o imóvel precisa de reforma e adequações. A previsão, segundo a nota, é de que as obras comecem em 10 dias.

Segundo o Município, desde 2022, 48 obras foram concluídas, outras 41 estão em andamento. E as outras 40 estão em fase de licitação.

O comunicado ainda acrescenta que, do total de intervenções realizadas pela Prefeitura, 86 são de contenções e outras 20 relacionadas a construção, reforma, adaptação e manutenção de via pública, totalizando um investimento de cerca de R$ 120 milhões.

A Prefeitura de Petrópolis diz que vem garantindo, desde 2022, o aluguel social a 3.486 famílias que ficaram desabrigadas ou desalojas com as chuvas de fevereiro e março.

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.