Prédio da Universidade Gama Filho começa a ser demolido pela Prefeitura do Rio

O espaço, de aproximadamente 18 mil metros, estava abandonado há oito anos e dará lugar ao Parque Piedade

Por Marcus Sadok

Área interna da estrutura da antiga universidade
Reprodução/SEOP

As obras de demolição dos 15 prédios da antiga Universidade Gama Filho para a construção do Parque Piedade, na Zona Norte, devem ser finalizadas até o final de dezembro.

Nesta terça-feira (18), a Prefeitura começou os trabalhos no primeiro edifício, o único que já tem autorização para a intervenção.

Além do Parque, o local terá uma área de esporte e lazer administrada pela Fecomercio.

O espaço de aproximadamente 18 mil metros quadrados será transformado em uma área pública.

Segundo o subprefeito da Zona Norte, Diego Vaz, o projeto prevê áreas de lazer e um centro cultural, esportivo, educacional e de entretenimento. Além disso, o entorno vai passar por obras de reurbanização.

Abandonado há oito anos, o campus alvo constantes de denúncias da BandNews FM sofre com invasões, depredações e roubos.

Quem vive na região tem esperança de dias diferentes e do retorno do movimento com início das obras.

Até fevereiro deste ano, ainda havia acervo cadavérico do laboratório de anatomia espalhado pelo espaço. O subsolo, onde ficam o cinema e o teatro, sofreu com inundações ao longo dos anos. 

O local que antigamente era referência no combate à dengue ficou tomado por mosquitos. As grades da universidade foram roubadas e os bueiros foram levados.

Esse é começo do final de uma história que teve início em 1939, com a fundação do colégio que levava o nome do então ministro da educação, Luiz Gama Filho.

A escola virou faculdade e viveu o apogeu na década de 80, quando o campus de Piedade, na Zona Norte do Rio, chegou a receber 30 mil alunos. O modelo de administração familiar não resistiu aos novos tempos. Endividada, em 2009, a Gama Filho conseguiu um empréstimo milionário, suficiente para pagar a dívida da época. 

Mas a operação entrou na mira da Justiça, por causar prejuízo para os fundos de pensão dos Correios e da Petrobras. Dois sócios chegaram a ser presos. O Grupo Galileo assumiu a gestão, mas, em 2014, a universidade foi descredenciada pelo Ministério da Educação. Em 2016, a Justiça decretou a falência da Gama Filho.

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