Preço dos combustíveis deve ainda ser influenciado pela alta do etanol

A avaliação é de especialistas ouvidos pela Band News FM

Por Amanda Oliveira

O etanol também subiu 1,8% e é encontrado pelo preço médio de R$ 3,46
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O preço dos combustíveis deve continuar sendo influenciado pela alta do etanol hidratato e etanol anidro até maio de 2023, quando acaba a entressafra da cana-de-açúcar, matéria prima utiliza na produção da gasolina e do álcool. A avaliação é de especialistas ouvidos pela BandNews FM

De acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, o preço da gasolina registrou alta de 1,5% nos postos brasileiros na última semana, depois de 15 semanas de queda. O litro do combustível está em média em R$ 4,86. O etanol também subiu 1,8% e é encontrado pelo preço médio de R$ 3,46.

O professor de economia do Ibmec Rio, José Ronaldo Souza, explica o aumento sazonal.

No entanto, os combustíveis também podem sofrer redução, de acordo com a cotação do dólar e com o preço do petróleo no mercado internacional, como explica o professor dos MBAs da FGV, Mauro Rochlin.

Um levantamento da USP aponta que o etanol anidro, usado na mistura com a gasolina, e o etanol hidratado registraram alta pela quinta semana consecutiva. 

Em nota, a União da Indústria de Cana de Açúcar disse que três movimentos de mercado explicam os últimos reajustes no valor do etanol.

Primeiro, em relação ao etanol hidratado (E100), como se trata de um produto negociado em livre mercado, o valor do biocombustível é influenciado pelo preço do seu concorrente fóssil, que atualmente encontra-se com precificação defasada em relação à paridade de importação, criando expectativa de eventual um reajuste no curto prazo.

Segundo, foi registrada, na segunda quinzena de setembro, uma forte demanda de compra de etanol pelas distribuidoras, provavelmente antecipando aquisições futuras. Esse movimento impacta a lógica de oferta e demanda do produto, pressionando o mercado.

Terceiro, a redução do volume de cana processada na segunda quinzena de setembro, causada pelas chuvas nos principais estados produtores (SP/MG/PR/MS), prejudicaram as operações. Com menor biomassa processada, a oferta do produto diminuiu.

A despeito dessa condição, os estoques de etanol nos produtores estão dentro dos patamares históricos. A moagem de cana-de-açúcar também deve ser mantida até o final de novembro/início de dezembro nas principais regiões produtoras, com mais de 20% da cana-de-açúcar disponível para ser processada. Não se tem, nesse contexto, qualquer tipo de restrição na oferta de etanol combustível, apenas uma dinâmica natural de mercado para esse período.

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