A luta da mulher negra incorporada na história de uma só personagem, a mãe preta Luísa Mahim. A partir da vida dela, a Portela vai celebrar a ancestralidade negra feminina na Marquês de Sapucaí.  

Baseado no romance "Um Defeito de Cor", da escritora Ana Maria Gonçalves, o enredo que leva o mesmo título vai refazer os caminhos imaginados da mãe do patrono da abolição da escravatura no Brasil, Luís Gama.

Para o carnavalesco André Rodrigues, a trajetória de Luísa Mahim se confunde com a saga de cada mãe, cada avó e cada mulher negra que carrega em si as marcas da violência histórica do racismo e da escravização. O enredo é, ainda, uma grande demonstração de afeto e uma homenagem a todas elas.

O desfile é pensado como uma carta de Luís Gama para Luísa Mahim, em que ele reage à história contada no livro, criada a partir dos poucos registros históricos e literários sobre ela. Mesmo afastado da mãe desde menino, o filho faz questão de demonstrar o orgulho que sente dela.

O carnavalesco Antônio Gonzaga ressalta a necessidade de celebrar na arte e na cultura popular a história de uma negra matriarca que até hoje se confunde com a de tantas outras. Segundo ele, o desfile em homenagem à força das mães negras promete muita emoção.

Depois da décima colocação no desfile que celebrou o centenário da escola no ano passado, a presidenta de honra da Portela, Tia Surica, garante que todos os erros foram corrigidos e que a escola vem firme na briga pelo título.  

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