Um morador do Rio Comprido, na Zona Norte do Rio, proibiu o filho de cinco anos de ir na varanda da própria casa. O motivo é uma Cracolândia instalada embaixo do prédio da família. O pai não quer que o pequeno veja o local, nem sinta o forte cheiro das drogas. 

Os usuários são pessoas em situação de rua e consomem crack. O morador, que teve a identidade preservada e a voz distorcida, relata que o uso acontece em qualquer horário do dia.

Mas esse não é um caso isolado. O aumento do consumo de drogas nas ruas do Rio faz com que muitos cariocas usem táticas para evitar possíveis ações de violência. Um segundo ouvinte, que vive na Tijuca, também na Zona Norte da cidade, conta que levar e buscar o filho na creche virou motivo de preocupação, já que no local também existe uma Cracolândia. Ele também teve a voz distorcida.

Já uma ouvinte que passa no entorno do estádio Maracanã, com frequência, diz que perto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro também há um ponto de uso de crack. A mulher, que teve a identidade preservada e a voz distoricida, ainda destaca que os usuários de drogas agem com violência.

O Censo de População de Rua 2022 da Prefeitura do Rio identificou cerca de 8 mil pessoas na capital fluminense nessas condições. Um aumento de 8,5% em relação a 2020. No entanto, a pesquisa ressalta que nem todas as pessoas que vivem em vias públicas são, necessariamente, usuários de drogas. 

Das 8 mil pessoas em situação de rua, apenas cerca de 1.700 são usuárias de drogas. O estudo foi realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e pelo Instituto Pereira Passos, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.

Em relação à denúncia do ouvinte da BandNews FM, a Secretaria Municipal de Assistência Social informou que realiza constantes abordagens para o acolhimento em pessoas em situação de rua na região do Rio Comprido.