Policial é preso suspeito de esquematizar volta de Rogério 157 ao Rio

Mario Augusto Bernardo Junior tentou aliciar, a pedido do advogado, um outro agente, lotado na Subsecretaria de Inteligência, para atrasar o encaminhamento de um ofício de permanência de Rogério na unidade prisional federal

Por Thuany Dossares

Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, está em um presídio federal de Rondônia
Tânia Rego/Agência Brasil

Um policial civil é preso suspeito de participar de um esquema criminoso para tentar trazer o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, de um presídio federal de Rondônia de volta para uma unidade penitenciária do Rio. O agente Mario Augusto Bernardo Junior foi capturado pela Corregedoria da Polícia Civil em Camboinhas, na Região Oceânica de Niterói, em cumprimento de mandado de prisão. Outros dois mandados também foram cumpridos contra o próprio traficante, Rogério 157, e o advogado dele Josué Ferreira dos Santos. 

De acordo com as investigações, Mário Júnior, que atualmente está lotado na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de São João de Meriti, tentou aliciar, a pedido do advogado, um outro agente, lotado na Subsecretaria de Inteligência, para atrasar o encaminhamento de um ofício de permanência de Rogério na unidade prisional federal.

Uma das funções deste policial da inteligência é enviar relatórios periódicos à Vara de Execuções Penais com avaliações de possíveis renovações de estadia de presos perigosos fora do Rio. Com a perda do prazo de renovação da estadia de Rogério em Rondônia, Josué pretendia pedir na Justiça o retorno do traficante ao estado do Rio. 

O delegado Marcos Buss, responsável pelo caso, conta que o agente da SSINTE gravou a tentativa de suborno e entregou na corregedoria da Polícia Civil. Os investigados teriam perguntado quanto o policial civil queria para atrasar o envio da documentação. 

Segundo a Polícia, em depoimento, o policial da inteligência chegou a receber a informação de que o traficante "era bastante generoso". 

Durante as negociações, ocorreram dois encontros, em novembro do ano passado. Segundo os investigadores, na primeira ocasião, em Niterói, estava apenas o policial civil. Já num segundo momento, no Centro do Rio, o agente foi junto do advogado e de um outro homem, ainda não identificado, mas que também se apresentou como policial civil.

O delegado Marcos Buss afirma que a investigação vai continuar com o objetivo de identificar mais envolvidos no esquema.  

As investigações apontam que Josué foi apontado pelos colegas como "a pessoa que desenrolava questões em nome de Rogério". E, ainda com base no depoimento do agente da Ssinte, o próprio advogado ainda propôs ao declarante que "fosse apresentada uma lista de presos cuja a remoção estaria sob a influência do próprio a fim de que o interesse por essas remoções fosse apreciado".

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