Os policiais militares que participaram da ação que deixou um jovem com deficiência intelectual morto na Barreira do Vasco, na Zona Norte, foram afastados do serviço nas ruas. Eles já tinham prestado depoimento à Polícia Judiciária Militar e à Polícia Civil e tiveram as armas apreendidas para a perícia.
Moradores da Barreira do Vasco e parentes de Ruan Limão do Nascimento, de 27 anos, acusam os PMs de terem atirado no jovem por trás, na fila da barbearia. Testemunhas dizem ainda que ele foi colocado na mala de um carro vermelho, que estariam descaracterizados. Um outro homem também teria sido baleado no braço, segundo os moradores.
A PM afirma que os agentes tinham ido verificar um comércio ilegal de cobre na localidade do Café, próximo à Barreira do Vasco, e houve confronto. Segundo a corporação, eles encontraram um homem ferido e o levaram para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. A ação aconteceu na sexta-feira passada (6).
Ainda de acordo com a PM, os agentes apreenderam uma granada, um rádio comunicador e 240 papelotes de crack.
Ruan foi enterrado neste domingo (8), Dia das Mães. Segundo vizinhos e parentes, o jovem era querido na comunidade e conhecido torcedor do Vasco, que pediu emitiu uma nota de pesar nas redes sociais.
O irmão de Ruan, Renan Alves Limão, afirma que o jovem tinha ido cortar o cabelo para o Dia das Mães e para o aniversário.
A família está sendo acompanhada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ. O Ministério Público disse que vai avaliar a possível instauração de um procedimento para apurar a eventual ocorrência de crime militar.