Polícia suspeita que advogada desaparecida no RJ foi morta; família foi presa

Anic de Almeida foi sequestrada e vista pela última vez em shopping de Petrópolis, na Região Serrana do Rio

Por Daniel HenriqueGabriela Souza

Reprodução
Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 54 anos, está desaparecida

A Polícia Civil não descarta a possiblidade de que a advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy tenha sido assassinada. A mulher de 54 anos foi sequestrada e vista pela última vez no dia 29 de em fevereiro em um shopping de Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

Quatro pessoas de uma mesma família acusadas de envolvimento no crime estão presas preventivamente.

Anic é casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família que era dona do grupo de universidades Unigranrio. No dia em que ela desapareceu, Benjamin passou a receber mensagens por telefone dizendo que Anic estaria em poder dos sequestradores e exigindo R$ 4,6 milhões pelo resgate.

As investigações apontaram que um funcionário da família, Lourival Correa Netto Fadiga, foi o mentor do crime. Ele convivia na casa há três anos e tinha a confiança dos parentes de Anic, que não desconfiaram que ele estava envolvido no sequestro.

No dia marcado para o pagamento do resgate, Benjamin foi a um shopping na Zona Oeste do Rio, local combinado para que ela fosse libertada, enquanto Lourival seguiu com parte do dinheiro em espécie para, supostamente, entregar aos sequestradores.

No entanto, com a quantia, ele comprou um veículo avaliado em R$ 500 mil, uma motocicleta e 950 celulares, para abrir uma loja em Teresópolis. Lourival também teria orientado Benjamin a realizar mais de quarenta transferências bancárias em contas indicadas por ele, também para o suposto pagamento do resgate.

Anic não foi levada ao shopping.

Como Lourival se passava por policial federal, a delegada Cristiana Onorato explica que ele aconselhava a família que o caso não fosse levado às autoridades.

O Lourival era de total confiança. Lourival tinha realmente praticado o crime perfeito na cabeça dele. Ele tinha recebido o valor do resgate, ele continuava no seio da família, ele continuava tendo a confiança da família e monitorando os passos. A orientação de não procurar a polícia veio de Lourival, que dizia ser policial federal, e com isso, a família acreditava exatamente e seguia todas as orientações que ele dava.

Após o pagamento do resgate, a filha do casal, de 20 anos, chegou a receber uma mensagem do telefone de Anic. O texto dizia que ela tinha se apaixonado por outra pessoa e começaria uma nova vida em outro país. No dia 14 de março, a jovem foi à polícia.

Durante as investigações, os agentes descobriram o envolvimento dos filhos e da namorada de Lourival no crime.

Testemunhas ouvidas pela polícia também confirmaram um envolvimento amoroso entre Anic e Lourival. As investigações apontaram ainda a possibilidade de que, inicialmente, ela tenha aderido ao plano. No entanto, a delegada Cristiana Onorato afirma que a falta de notícias do paradeiro de Anic podem indicar que ela tenha sido morta e o cadáver tenha sido ocultado.

A gente espera que Anic esteja viva sim e se alguém saiba do paradeiro dela, que comunique à polícia imediatamente. Mas a polícia não descarta a possibilidade dela estar morta. Porque Anic sempre foi muito chegada a família, ela sempre era muito protetora com os filhos, sobretudo pela filha mais nova. Então ela não ficaria tanto tempo sem contato com a menina, com a jovem. E em razão disso, a gente acha que ela possa estar morta.

A defesa de Lourival diz que ainda não foi notificada formalmente da acusação e que os fatos foram especulativos e baseados em suposições e que vai comprovar que os verdadeiros eventos não foram apurados, que acredita na inocência de Lourival.

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