Polícia realiza ação para prender suspeitos de assassinar advogado no Rio

Objetivo é cumprir dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de busca e apreensão

Por Pedro Dobal

Polícia realiza ação para prender suspeitos de assassinar advogado no Rio
Advogado foi assassinato no Centro do Rio
Reprodução

A Polícia Civil descarta que a motivação do assassinato de um advogado no Centro do Rio tenha relação com a atuação dele na advocacia. Nesta segunda-feira (4), a Delegacia de Homicídios da Capital realizou uma operação para tentar prender dois homens suspeitos de envolvimento na execução de Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos.

Os alvos foram o policial militar Leandro Machado da Silva, lotado no Batalhão de Duque de Caxias, na Baixada, e Eduardo Sobreira Moraes. As investigações apontam que Eduardo, que teria atuado como segurança de um político e de uma escola de samba, monitorou a vítima em outros três dias, além do dia do crime. O suspeito foi nomeado em um cargo comissionado na Assembleia Legislativa do Rio na sexta-feira (1º), quatro dias depois da execução. Em nota, a Alerj disse que, assim que tomou conhecimento sobre o caso e antes mesmo de ter sido realizada a posse, a Casa tornou o ato de nomeação sem efeito em publicação no Diário Oficial.

Já Leandro, acusado de coordenar toda a logística do assassinato e alugar o carro usado no monitoramento, era próximo de Vinicius Drumond, filho do contraventor Luizinho Drumond, que morreu em 2020. A Polícia também investiga a ligação com a locadora. De acordo com os investigadores, Vinicius ligou insistentemente para o responsável pelo estabelecimento quando ele foi prestar depoimento.

O secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, afirma que já há algumas linhas de investigação, mas a execução não teria relação com os processos em que ele atuava.

O chefe do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, Felipe Curi, destacou que o crime foi praticado por um grupo que já era investigado por realizar execuções mediante pagamentos. A organização teria relação com pelo menos outros seis assassinatos.

Rodrigo foi atingido 21 vezes, a poucos metros do escritório onde trabalhava e da sede da OAB no Rio. A Polícia analisou imagens de câmeras de segurança para refazer o caminho dos criminosos antes e após o crime. Um dos carros chegou a ser visto na Avenida Brasil, uma das principais vias expressas do Rio, na pista sentido Zona Oeste.

Em nota, a PM disse que a Corregedoria apoiou a operação e está colaborando com as investigações. Segundo a corporação, o policial Leandro Machado da Silva já estava afastado do serviço nas ruas, pois responde a outro inquérito por participação em organização criminosa e foi preso preventivamente em 2021. A Corregedoria já havia instaurado um procedimento administrativo disciplinar em relação ao policial, que pode levar à expulsão da corporação.

A ação desta segunda-feira (4) também cumpriu cinco mandados de busca e apreensão.

Denúncias sobre o paradeiro dos suspeitos podem ser enviadas ao Disque Denúncia por meio do telefone (21) 2253-1177.

Procurada, a defesa de Vinicius Drumond disse que nunca manteve qualquer vínculo com o advogado assassinado e está à disposição da investigação.

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