Polícia prende um dos suspeitos de participar do assassinato de advogado

Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, foi assassinado, no Centro do Rio, na semana passada

Por Pedro Dobal

O homem preso suspeito de monitorar a rotina do advogado morto no Centro do Rio teve a prisão decretada após apresentar uma versão inconsistente em depoimento. Cezar Daniel Mondego de Souza foi ouvido após ser encontrado em casa, no bairro de Higienópolis, na Zona Norte do Rio.

Ele e Eduardo Sobreira Moraes, que segue foragido, teriam acompanhado o deslocamento de Rodrigo Marinho Crespo em outros três dias antes do crime e horas antes da execução. Segundo a investigação, o veículo usado foi alugado pelo policial militar Leandro Machado da Silva, que é suspeito de ter coordenado toda a logística do crime. O PM se entregou à Polícia Civil nesta terça-feira (5).

O Gol branco é semelhante ao utilizado pelo atirador e pertence à mesma locadora usada pelo chamado "Escritório do Crime". O veículo foi apreendido em Maricá, na Região Metropolitana, já com outro cliente.  

No estabelecimento, os agentes encontraram documentos que ligavam Leandro a Vinicius Drumond, filho do contraventor Luizinho Drumond, que morreu em 2020.  

O delegado Rômulo Assis conta que a locadora costumava firmar contratos usando apenas apelidos e já esteve envolvida em casos de corrupção.  

Quatro dias depois do assassinato, Eduardo foi nomeado em um cargo comissionado no Departamento de Patrimônio da Alerj, mas foi exonerado na segunda-feira (4). Antes, a função era ocupada por Cezar, que assumiu o posto em 2019. Cezar também chegou a trabalhar na Secretaria de Estado de Governo durante os mandatos de Sérgio Cabral e de Luiz Fernando Pezão.

O delegado Rômulo Assis explica que, no dia do assassinato, os dois ficaram em frente ao prédio onde a vítima trabalhava até a chegada dos executores.

Por enquanto, a Polícia descarta que o crime tenha relação com a atuação dele como advogado. Os investigadores ainda tentam identificar os criminosos que estavam no momento da execução e confirmar a motivação do crime.

Em depoimento, a namorada da vítima disse que Rodrigo passava por dificuldades financeiras e chegou a vender um carro. Ainda segundo ela, o advogado tinha começado a atuar em casos envolvendo cassinos on-line e planejava abrir um novo negócio, mas ainda procurava um "operador" para o projeto.

Os investigadores também já sabem que o policial militar Leandro usava um número de telefone do exterior para dificultar o rastreamento feito pela Polícia.

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