Polícia Militar faz operação no Complexo do Dendê, na Ilha do Governador

Ação foi realizada nesta terça, em meio às denúncias de extorsão e sequestro de motoristas de aplicativo

Por Gabriela Souza

Polícia Militar faz operação no Complexo do Dendê, na Ilha do Governador
Narcomilicianos integram facção que atua em comunidades como o Morro do Dendê
Divulgação

Duas pessoas foram presas e dois carros roubados foram recuperados uma durante operação da Polícia Militar no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. A ação foi realizada nesta terça-feira, em meio às denúncias de extorsão e sequestro de motoristas de aplicativo que atuam na região.

Segundos os investigadores, bandidos cobram taxas semanais no valor de R$150. Quem não paga é ameaçado ou tem o veículo quebrado ou incendiado.  

Seis criminosos foram denunciados pelo Ministério Público por envolvimento com o esquema. Entre eles, Mário Henrique Paranhos de Oliveira, conhecido como Neves ou Nem, chefe do tráfico do Morro do Dendê.

Segundo o MP, a extorsão vem de narcomilicianos que monitoram todo o bairro, mas são do Morro do Dendê. Eles montaram uma espécie cooperativa para organizar o esquema.

Os criminosos oferecem adesivos para identificar os motoristas que cumprem as exigências da quadrilha.  

As investigações revelam ainda que alguns motociclistas cumprem a função de fiscais e identificam quem está circulando pelo bairro sem adesivo.

O relatório do MP aponta que em fevereiro um motorista de aplicativo foi abordado por 15 criminosos fortemente armados e levado por Leonardo Rodrigues, conhecido como Dogão, para uma espécie de reunião onde havia mais 20 motoristas.

De acordo com a denúncia do MP, o esquema foi orquestrado pelo Terceiro Comando Puro junto com milicianos.  

A aliança teria começado depois que Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, e o Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil, passaram a cobrar taxas no transporte alternativo da região com a ajuda do miliciano Antônio Eugênio de Souza Freitas, o Batoré.

Os três morreram em uma operação policial em 2019.

Porém, o esquema teve continuidade com novas práticas. O MP pediu a prisão preventiva dos seis denunciados e espera ouvir novas vítimas. 

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