Polícia investiga relação de focos de queimadas em área Fluminense com prática criminosa

O número de focos de queimadas no estado do Rio de Janeiro em apenas 11 dias de setembro de 2024 superou a marca registrada em todo o mesmo mês do ano passado

Por João Boueri

Queimadas
Valter Campanato/Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio investiga se o aumento do número de focos de queimadas em território Fluminense tem relação com prática criminosa. A declaração foi dada pelo governador Cláudio Castro na manhã desta quinta-feira (12) durante a posse do novo secretário de Estado de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombejros, Tarcísio de Salles Júnior, que disse que monitora a situação minuto a minuto com apoio de reforço de militares e montou um gabinete de crise. 

O número de focos de queimadas no estado do Rio de Janeiro em apenas 11 dias de setembro de 2024 superou a marca registrada em todo o mesmo mês do ano passado. A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que monitora diariamente a situação do país. 

Em 2024, o INPE identificou 821 focos no estado do Rio de Janeiro. É o maior índice anual desde 2017, mesmo considerando somente os nove primeiros meses deste ano. 

Um recorte feito pelo Corpo de Bombeiros aponta que os números são maiores. Entre janeiro e setembro deste ano, foram 15 mil registros de fogo em vegetação, uma alta de 90% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Na manhã desta quinta-feira (12), a corporação combate um incêndio no Morro das Andorinhas, em Itaipu, na cidade de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. ((O município dá suporte aos militares com equipes da Defesa Civil e da Guarda Municipal. Não há informações sobre feridos. O incêndio chegou a Itaipuaçu, em Maricá, na mesma região. 

O incêndio atinge a parte de vegetação superior do morro, sem risco para residências. Apesar do trabalho de rescaldo ter começado durante a madrugada desta quinta, o tempo seco e a falta de chuva contribuíram para novos focos. Uma das linhas de investigação também é a participação humana de forma criminosa. Os moradores viram o momento em que homens em motocicletas subiram o morro. A Delegacia de Itaipu tenta identificar as pessoas que entraram na área de mata.

O governador Cláudio Castro disse que os inquéritos foram abertos pela Polícia Civil de forma preventiva.

O Corpo de Bombeiros também combate incêndio em Petrópolis, na Região Serrana; Valença e Vassouras, no Sul Fluminense; Mangaratiba, na Costa Verde Fluminense; e Paracambi, na Baixada Fluminense.

Na quarta-feira (11), o território fluminense registrou 47 focos de incêndio, o maior número de notificações para um dia do mês de setembro pelo menos desde o ano passado, segundo o INPE. 

No mesmo dia, o Corpo de Bombeiros controlou um incêndio em uma área de mata, em Paraíba do Sul, no Sul Fluminense. O fogo teve início na tarde de segunda-feira (9).

No Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, os militares também combateram um incêndio próximo à Rua Engenheiro Gama Lobo durante a tarde.

No país, a situação é ainda pior, de acordo com o INPE. Mais de 172 mil focos de incêndio foram registrados em 2024. Em setembro, já são mais de 45 mil incêndios. 

No mês anterior, o Brasil superou a marca de 68 mil focos. O valor é o quarto maior para o mês de agosto desde 1998, quando o INPE começou a analisar os dados.

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