Polícia investiga quadrilha que produzia e vendia suplementos falsificados

Denúncia foi feita por um dos consumidores do produto

Por Daniel Henrique

Polícia investiga quadrilha que produzia e vendia suplementos falsificados
Produtos Falsificados
Reprodução/Polícia Civil

A Polícia Civil investiga se uma quadrilha que produzia e vendia suplementos falsificados utilizava óleo de cozinha no lugar dos princípios ativos. A denúncia foi feita por um dos consumidores do produto. A associação criminosa comercializava suplementos utilizando rótulos de marcas famosas de ômega 3 e vitaminas, assim como outros que prometiam curar cegueira, catarata e surdez.

As investigações começaram após uma plataforma de venda de produtos on-line relatar que estava recebendo reclamações de consumidores.

Segundo o delegado Pedro Brasil, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, um ex-policial militar era o responsável pela fabricação, mas jovens integrantes da quadrilha utilizavam as redes sociais para ostentar uma vida de alto padrão, atraindo consumidores e revendedores dos produtos.

Eles tinham um sistema de recrutamento de vendedores de forma a pulverizar as receitas dessas vendas. Então esses vendedores eram recrutados, criavam perfis para venda nos seus próprios nomes, cpfs e utilizando as próprias contas bancárias para receber os valores. Uma vez que a plataforma identificava a venda de produtos falsificados por essas pessoas, eles eram bloqueados e prontamente substituídos. Então era uma forma de blindar os grandes líderes da organização, diz o delegado. 

A quadrilha estava prestes a abrir uma farmácia própria em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que foi interditada na ação. Ainda não há um valor exato do valor movimentado por essa quadrilha.

Treze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Duque de Caxias, no bairro Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio, e nos municípios de Cabo Frio e São Pedro D'Aldeia, na Região dos Lagos. Em um dos endereços, um homem que atuava na gestão das vendas foi preso em flagrante. Os agentes apreenderam maquinários, embalagens, rótulos, insumos químicos para a produção dos suplementos falsos e toneladas de produtos prontos para venda. 

Nos locais de fabricação, os policiais constaram que os medicamentos eram produzidos sem seguir normas sanitárias, podendo causar danos irreversíveis à saúde dos consumidores, como explica o endocrinologista Thiago Fratini.

Vão desde você não obter o benefício que você espera daquele suplemento, benefício ergogênico, até mesmo um risco de intoxicação, porque você não sabe o que tem naquele suplemento que você tá consumindo. Então você pode ter diarreia, náuseas, vômitos, efeitos bastante indesejados, alerta o médico.

As cápsulas dos suplementos passam por perícia para descobrir quais substâncias eram utilizadas no lugar dos princípios ativos durante a produção.

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