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Polícia investiga se outra mulher foi vítima de anestesista preso por estupro

Giovanni Quintella Bezerra foi filmado abusando de uma paciente durante um parto

Pedro Dobal

Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante nesta segunda-feira (11) Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil investiga se outra mulher também teria sido vítima do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante nesta segunda-feira (11) depois de ser filmado abusando de uma paciente durante um parto no Hospital da Mulher de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Após a prisão do profissional, a jovem de 23 anos, que teve a identidade preservada, resolveu procurar a Delegacia de Atendimento à Mulher junto com a mãe e o companheiro.

Quando eu vi o rosto dele na televisão, a gente acabou juntando uma coisa na outra. A sedação, o rosto sujo... Que ele fique preso e quem foi vítima dele apareça para denunciar para ele não sair nunca mais da prisão

Ela estava grávida de gêmeos. O primeiro bebê nasceu por meio de parto normal na noite do dia 5 de julho, mas está internado em estado grave. O segundo não resistiu a uma cesárea, que aconteceu na madrugada do dia 6.

Segundo a família, o anestesista permaneceu próximo à vítima e atrás de uma espécie de cortina durante todo o procedimento. Depois da cirurgia, os familiares notaram que ela voltou com o rosto sujo, como explica a mãe da vítima.

Quando ela veio para o quarto, ela estava com várias casquinhas secas no rosto, entre o ouvido e o rosto.

O companheiro da jovem afirma, ainda, que foi retirado da sala durante o parto e não viu o nascimento do filho. Depois do procedimento, a vítima ainda teria ficado desacordada por horas, o que levantou a suspeita dos parentes de que ela tenha recebido uma dose de anestesia maior do que a necessária.

Minha esposa tava dormindo e o sono tava muito forte. Me tiraram da sala e eu não vi mais nada. Muita raiva, muita raiva. A gente confia nos médicos e acaba acontecendo uma coisa dessa.

A Polícia Civil ainda busca por outras mulheres que foram atendidas pelo médico e que possam ter sido estupradas por ele. Giovanni foi levado para o presídio de Benfica, na Zona Norte e deve passar por audiência de custódia nesta terça-feira (12).

A delegada Barbara Lomba explica que a prisão em flagrante só foi possível porque um grupo de enfermeiros, formado principalmente por mulheres, desconfiou da quantidade de anestesia que o médico dava às pacientes e decidiu gravar um dos procedimentos na madrugada desta segunda-feira (11).

Diante dessas suspeitas, na terceira cirurgia eles decidiram posicionar um celular dentro de um armário com vidro escuro e felizmente tiveram êxito na gravação de todos os atos

Nas imagens, Giovanni aparece forçando sexo oral com a vítima. O abuso foi cometido enquanto ela estava dopada e passando por uma cesárea. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, crime que pode ter pena de até 15 anos de prisão.

O Conselho Regional de Medicina do Rio abriu um procedimento para suspensão imediata do anestesista.

A Secretaria Estadual de Saúde e a direção da unidade afirmam que o profissional não é servidor estadual e prestava serviço há seis meses como pessoa jurídica para alguns hospitais da rede. Uma sindicância foi aberta para apurar o caso.

A defesa de Giovanni afirma que não teve acesso à íntegra dos depoimentos e provas e só vai se manifestar depois disso.

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