A Polícia Civil identificou um dos criminosos que estaria envolvido em dois episódios de violência com pelo menos cinco mortos na Rua Araticum, no Anil, na Zona Oeste do Rio.
Gabriel da Silva Valencio, de 26 anos, e um comparsa foram flagrados em uma motocicleta por uma câmera de segurança no dia 7 de março.
O acusado dispara cerca de 10 vezes contra um homem que estava em uma esquina. Segundos antes, uma mulher e uma criança passavam pela calçada e começaram a correr quando ouviram os tiros.
Gabriel da Silva tem 13 passagens na Polícia Civil por diversos crimes. Segundo o Ministério Público do Rio, em 2015, por exemplo, ele e um outro comparsa assassinaram dois homens na mesma região.
A Rua Araticum, onde as imagens foram captadas, virou palco de vários homicídios este ano. Ao menos 13 pessoas morreram e outras seis ficaram feridas na mesma via. Os dados são do Instituto Fogo Cruzado. A rua foi rebatizada de Rua da Morte.
A BandNews FM conversou com uma mulher que mora no local há 15 anos. Ela, que teve a identidade preservada e a voz distorcida, relata o aumento da violência e disse que pretende se mudar.
O último caso registrado na Rua Araticum foi no dia 13 de abril, quando o corpo de um homem foi encontrado na via.
A Delegacia de Homicídios da Capital abriu investigação para identificar os autores do crime.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, as regiões do Anil, Cidade de Deus, Curicica, Gardênia Azul, Jacarepaguá e Taquara, na Zona Oeste, registraram 21 casos de homicídio doloso na soma dos meses de janeiro e fevereiro de 2023.
O índice é o maior dos últimos 20 anos, desde o início da série histórica, em 2003.
Em decorrência dos episódios de violência, a Polícia Militar iniciou a instalação de bases avançadas para aumentar o policiamento no entorno das comunidades existentes em Jacarepaguá, onde também será criado uma Companhia Destacada do Batalhão de Polícia de Choque no bairro Gardênia Azul.
Já em relação a tentativa de homicídio, os números não são diferentes nos seis bairros da Zona Oeste. 14 casos foram registrados em fevereiro, ainda de acordo com o ISP. Os números não chegavam a esse patamar desde outubro de 2019.
Em nota, a Polícia Civil disse que as investigações estão em fase avançada na Delegacia de Homicídios da Capital.
A Polícia Militar afirma que realiza uma série de ações para neutralizar os efeitos da disputa territorial entre grupos criminosos na Zona Oeste do Rio.