Polícia deve ouvir funcionários que trabalharam com anestesista colombiano preso

Policiais também devem colher os depoimentos de profissionais das unidades onde ocorreram os crimes

Por Nicolle Timm

Anestesista preso por estupro e pornografia infantil
Divulgação

A Polícia Civil deve ouvir nos próximos dias outros funcionários de hospitais onde trabalhou o anestesista colombiano preso por estupro e por armazenar pornografia infantil. Os policiais também devem colher os depoimentos de profissionais das unidades onde ocorreram os crimes. 

Na manhã desta terça-feira (17), uma médica anestesista do Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, que fica em Saquarema, na Região dos Lagos, foi até a delegacia para prestar depoimento. Ela estava na unidade no dia em que um dos estupros aconteceu, em 2021. A polícia quer entender por que Andres Eduardo Oñate Carrillo participou do procedimento, se ele não estava escalado para a função.

 Senhora de Nazareth, que fica em Saquarema, na Região dos Lagos, foi até a delegacia para prestar depoimento. Ela estava na unidade no dia em que um dos estupros aconteceu, em 2021. A polícia quer entender por que Andres Eduardo Oñate Carrillo participou do procedimento, se ele não estava escalado para a função.

Além dela, a polícia também ouviu o pai de uma criança que foi atendida pelo anestesista. O homem procurou a delegacia depois de saber que Andres tinha sido preso. Segundo o delegado Luiz Henrique Marques, o pai considerou a atitude do médico suspeita durante o atendimento da criança.

A prisão do anestesista foi mantida por audiência de custódia nesta terça. Como o preso reclamou de marcas no braço, porque as algemas estariam muito apertadas, a juíza pediu um novo exame de corpo de delito. Além disso, a magistrada solicitou que o anestesista fique preso em um lugar que assegure a integridade física dele, considerando a gravidade dos fatos e que ele seja encaminhado para atendimento médico, já que faz uso de remédio controlado para depressão e TDH. A decisão também determinou que o Consulado da Colômbia seja comunicado sobre a prisão.

Os investigadores ainda analisam os prontuários e buscam outras mulheres, e até mesmo crianças, que também possam ter sido vítimas do anestesista.

A polícia ainda apura se Andres Carrillo também aliciava crianças por meio de um perfil falso, se passando por adolescente, para obter material pornográfico, já que foram encontradas no telefone dele gravações de tela de conversas com menores.

O anestesista é colombiano, mas está no Brasil desde 2017, atuando em hospitais federais, estaduais e particulares.

A Secretaria de Estado de Saúde afirmou que vai analisar os prontuários médicos do período em que ele trabalhou como prestador de serviços e que vai instaurar uma sindicância. Já o Conselho Regional de Medicina, o Cremerj, que também abriu uma sindicância, disse que em 2020 e 2021, quando ocorreram os estupros com as duas pacientes, o médico não tinha CRM e atuava de forma irregular. O Conselho afirmou ainda que agiliza os trâmites para solicitar imediatamente a interdição cautelar dele.

Andres foi preso nessa segunda-feira (16) acusado de estuprar duas pacientes durante cirurgias, crimes que foram filmados por ele mesmo, e de armazenar mais de 20 mil arquivos de pornografia infantil.

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