O principal alvo da operação "Dama de Ouros", da Polícia Civil, o motorista José Marcos Ribeiro, não foi localizado e é considerado foragido. A polícia suspeita que ele esteja escondido na favela da Rocinha, na Zona Sul da Cidade.
Ele virou réu por tentativa de feminicídio, sequestro e cárcere privado, dano psicológico e furto qualificado contra a socialite Regina Gonçalves, de 88 anos, herdeira do empresário Nestor Gonçalves, fundador da Copag, fabricante da famosa marca de cartas de baralho.
Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em imóveis da idosa, que de acordo com a polícia, vinham sendo utilizados indevidamente pelo motorista.
Em um dos endereços, um imóvel de 7 mil metros quadrados em são Conrado, na Zona Sul, o representante da família, o empresário João Chamarelli, diz que várias obras de arte desapareceram.
O caso se tornou público depois que, mesmo debilitada, Regina Gonçalves conseguiu fugir do apartamento, no edifício Chopin, na orla de Copacabana, onde segundo a investigação, ela era mantida presa pelo motorista.
José Marcos e Regina firmaram um acordo de união estável em 2021, mas Regina alega que foi dopada pelo funcionário antes de assinar o documento.
Na decisão que autorizou a operação desta terça-feira, a juíza Lúcia Glioche citou um episódio em que José Marcos teria tentado assassinar Regina. A magistrada afirmou que José "agrediu a vítima na cabeça, deixando de prestar socorro imediato e não comunicando a internação para nenhum parente, o que indica crueldade exagerada e falta de empatia pela vida humana."
O delegado responsável pela investigação, Angelo Lages, afirma que a idosa enfrentava uma rotina de maus tratos.
Temos relatos de que ele não a alimentava direito, não fornecia os medicamentos necessários
A Justiça também determinou medidas protetivas contra outras oito pessoas, proibindo que se aproximem de Regina Gonçalves.
Entre os investigados está o renomado advogado carioca Paulo Lins e Silva, que por décadas trabalhou para família Gonçalves, mas recentemente passou a defender os interesses de José Marcos. O advogado não respondeu à reportagem.
Agora, a polícia abriu outro inquérito para apurar o destino do patrimônio de Regina Gonçalves. A socialite, herdeira de uma fortuna avaliada em 500 milhões de dólares, está com as contas bancárias praticamente zeradas. E com dívidas que passam de 1 milhão de reais.