Polícia Civil investiga o vereador Ricardinho Netuno por intolerância religiosa

Procedimento foi instaurado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância depois que o parlamentar publicou um vídeo nas redes sociais

Daniel Henrique

A Prefeitura de Maricá repudiou o ataque contra as religiões de matrizes africanas
Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil investiga o vereador de Maricá, Ricardinho Netuno, do Republicanos, por suspeita de intolerância religiosa.

O procedimento foi instaurado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância depois que o parlamentar publicou um vídeo nas redes sociais, na quarta-feira (17), em que diz que a Prefeitura estaria ensinando 'macumba' às crianças em cursos e escolas municipais e faz comentários pejorativos sobre imagens de oficinas de cultura afro, oferecidas pela Secretaria de Cultura.

Após mostrar as crianças nas atividades com bonecas, músicas e danças africanas, o vídeo traz a frase: "quando seu filho for possuído você saberá de quem é a culpa".

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no estado do Rio oficiou o Ministério Público Federal e a Presidência da Câmara Municipal de Maricá, além de cobrar o indiciamento do vereador na Delegacia.

Para o Procurador da Comissão, Rodrigo Mondego, o vídeo atenta contra a religiosidade de milhões de brasileiros.

A todo momento, o vereador tenta associar as religiões de matriz africana a algo maligno ou deplorável. Então é nítido e flagrante que ele está cometendo um crime. O que ele cometeu não é um crime trivial, não é um crime menor. É um crime grave, tendo em vista que ele ataca a dignidade das pessoas que praticam essas determinadas religiões. - Disse o Procurador

A Prefeitura de Maricá repudiou o ataque contra as religiões de matrizes africanas feito pelo vereador. A nota diz que Ricardinho Netuno expôs, de forma distorcida, alunos e professores das oficinas afro contemporâneas, oferecidas gratuitamente pelo projeto Maricá das Artes.

O ensino da história e da cultura afro-brasileira é obrigatório por lei desde 2003, inserido na temática curricular nas escolas.

A reportagem tentou contato com o vereador Ricardinho Netuno, mas não ainda teve resposta.

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