Polícia Civil e MPRJ realizam operação contra milícia de Nova Iguaçu

Ao todo, são 19 mandados de busca e apreensão contra sete alvos suspeitos de integrar grupo que faturou R$ 10 milhões entre 2022 e 2023

Por Clara Nery

Operação Pcerj
Reprodução/Pcerj

A Polícia Civil investiga a movimentação financeira de duas empresas fornecedoras de internet suspeitas de lavar dinheiro da milícia. O grupo, que faz parte do chamado "Bonde do Varão" faturou R$ 10 milhões entre 2022 e 2023, com o esquema em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

A quadrilha chefiada por Gilson Ignácio de Souza Júnior, o Juninho Varão, e Warley Paul Mansur de Souza, o Warley Mansur, atua nos bairros de Cabuçu, Aliança, Jardim Laranjeiras, Valverde e Palhada.  

Segundo as investigações, uma das empresas usadas pelos criminosos é a Liga Banda Larga Ltda, da qual Varão é sócio administrador. Apesar de ter capital de R$ 10 mil, de julho de 2022 a julho de 2023 a empresa movimentou mais de R$ 6 milhões.

A outra empresa, apesar de existir há 7 anos, não tem nenhum empregado e funcionaria em um endereço residencial com um faturamento anual de R$ 1,5 milhão, como explica o promotor Fábio Mattos.

Mais de 80 policiais participam da Operação Ruptura, coordenada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de dinheiro em conjunto com Gaeco, nesta quinta-feira (27). Ao todo foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão contra sete alvos, incluindo pessoas físicas e empresas.

Os alvos são acusados de diversos crimes, incluindo extorsão de comerciantes e moradores, exploração de serviços de gás, água e internet, comercialização de gelo, agiotagem, operação de vans, cobrança de taxas condominiais e gestão de aterros clandestinos.  

Segundo as investigações, os milicianos ainda estariam impedindo outras companhias de fornecer o serviço na região, criando um monopólio das empresas ligadas ao grupo.

Juninho Varão disputa o controle de territórios com o grupo de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que está preso desde dezembro do ano passado após se entregar à Polícia Federal.

Juninho e Mansur são considerados foragidos da justiça e tem diversas passagens por homicídio, tortura e organização criminosa, além de serem responsáveis pelo controle financeiro da quadrilha e de participar diretamente da compra de armas e munições.

Varão ainda é investigado por participar da guerra por disputa de territórios em seropédica, na baixada, que provocou a morte do estudante Bernardo Paraíso, de 24 anos, em abril.

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