A Polícia Civil do Rio trabalha com diferentes hipóteses de localização do contraventor Bernardo Bello. Nesta quinta-feira (7) agentes da Polícia Civil e o Ministério Público do Rio realizaram a terceira fase da Operação "Ás de Ouros", contra a Organização Criminosa do bicheiro. Já são 5 mandados de prisão contra ele, que está foragido desde novembro de 2022.

Cinco alvos já estão presos. Além de Bello, outros dois criminosos são procurados. Ninguém foi preso na ação desta quinta, que contou com o apoio do Comitê de Inteligência e Recuperação de Ativos (cifra).

As investigações apontam que uma das empresas movimentou durante oito meses, em 2021, a quantia de R$ 79 milhões. Outras duas teriam movimentado R$ 80 milhões desde 2020.

Segundo o secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, por conta do dinheiro que esses criminosos possuem, eles se deslocam com facilidade e rapidez, o que dificulta a localização deles.

Bernardo Bello é apontado como um dos bicheiros mais influentes do Rio de Janeiro nas últimas décadas. Ele chegou ao topo da contravenção após romper com a esposa Tamara Harrouche Garcia, que era filha de Waldermir Paes Garcia, o Maninho, assassinado em setembro de 2004, e com toda a família dela, o Clã Garcia, em episódios marcados por assassinatos.  

 As investigações apontam que Bernardo e o braço financeiro da organização, Allan Diego Magalhães Aguiar, utilizavam, pelo menos, 6 (seis) empresas para lavar o dinheiro provenientes do jogo do bicho e de outros crimes. Na operação também foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nas empresas utilizadas para a lavagem de dinheiro.

A ação desta quinta-feira (7) também mirou Bello, Allan Diego, Marcello Magalhães, Marcelo Sarmento, o "Repolhão", seus filhos, Diego Netto e Wallace Pereira, além de Isaquiel Fraga e Rodrigo Coutinho Palomé, todos envolvidos na morte do advogado Carlos Daniel ocorrida em maio de 2022, em Niterói. A vítima teria sido assassinada por mediar um conflito envolvendo uma empresa do ramo alimentício.

Bernardo Bello também é réu pela morte de Alcebiades Paes Garcia, o Bid, tio da ex-esposa Tamara. Ele chegou a ser preso na Colômbia, mas foi solto meses depois.

No final do ano passado, através de escutas telefônicas obtidas pela BandNews FM foi possível entender como funcionavam os esquemas ilegais da quadrilha do contraventor. O Ministério Público do Rio teve acesso aos telefonemas após a prisão do bicheiro Marcelo Simões Mesqueu, conhecido como Marcelo Cupim, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.