A Polícia Civil investiga quatro homens pelo estupro coletivo de uma criança de 11 anos. Eles foram presos em flagrante na terça-feira (25), em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. De acordo com a Delegacia de Atendimento à Mulher da região, o crime foi confirmado através de provas testemunhais e periciais.
Segundo a Polícia Militar, Alef Alves de Castro, Pablo de Souza Peçanha, Kaike Almeida Rodrigues e Patrik dos Santos Videira, que têm de 18 a 19 anos, confessaram o crime, mas disseram que não sabiam que a menina era menor de idade.
Eles ainda são investigados por ameaçar a criança e por posse e uso de entorpecentes.
A vítima e Alef se conheceram por meio de um aplicativo e marcaram de se encontrar. O jovem levou a menina ao encontro dos amigos.
O crime ocorreu na casa de um dos envolvidos, que fica no bairro Parque Santa Helena. A criança contou aos pais o que tinha acontecido e eles acionaram a polícia.
Segundo os agentes, os acusados disseram que estavam alcoolizados e que tinham usado drogas. A Delegacia de Atendimento à Mulher da região investiga a ocorrência de estupro e ameaça, enquanto a Delegacia de Campos, a posse e uso de entorpecentes. Os quatro homens podem responder por estupro de vulnerável, que é a conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso com menores de 14 anos, com ou sem consentimento da vítima.
A criança foi encaminhada ao Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança Vítima de Violência.
A Secretária-geral da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ, Gláucia Nascimento, acredita que as empresas responsáveis pelas redes sociais também precisam ter políticas mais firmes para oferecer maior proteção às crianças.
Não podem, as nossas crianças, serem as grandes culpadas por utilizar esses meios tecnológicos. A gente tem que entender que, quem é vítima, é vítima, e vai permanecer sendo vítima. Acho importante que isso seja frisado e isso seja reconhecido, e que não tenham conflitos de reconhecimento de quem é a vítima nessas circunstâncias. Se há um risco verificado, cabe aos meios regulatórios e instituições pertinentes fazerem com que pare de ter o risco.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, apesar de discreto, houve aumento no número de registros de estupro de 2020 para 2021.
Dos casos registrados no ano retrasado, 61,4% das vítimas eram meninas consideradas vulneráveis. O Anuário ainda mostrou que a maioria das vítimas de estupro no Brasil é formada por meninas entre 10 e 13 anos.