Traficantes da facção Terceiro Comando Puro no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, iriam atacar o Morro do 18, segundo a Polícia Militar. A comunidade é controlada pelo grupo rival Comando Vermelho. A possibilidade de invasão motivou a operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no conjunto de favelas. O número de mortos na ação chegou a sete, segundo balanço de atendimentos realizados pelo Hospital Federal de Bonsucesso, na mesma região.
A unidade de saúde informou nesta terça-feira (27) que recebeu 15 pessoas em decorrência do confronto e que destas, sete já chegaram sem vida. No entanto, a PM afirma que cinco pessoas morreram na troca de tiros e que todos eram criminosos.
Entre os mortos está o bombeiro hidráulico José Henrique da Silva, de 53 anos. A família garante ele é inocente e que foi baleado enquanto trabalhava vendendo bebidas na Vila do Pinheiro para conseguir uma renda extra.
A ação foi marcada por intensos confrontos, que chegaram a fechar momentaneamente as linhas Vermelha e Amarela, vias expressas que margeiam a Maré.
O motorista de aplicativos Francisco de Assis Chagas Júnior, de 43 anos, contou que foi atingido por um tiro de fuzil no pé, no momento que passava pela via.
A PM foi questionada sobre a divergência nos números, mas ainda não respondeu. Já a Polícia Civil disse que o balanço da operação é de responsabilidade da Polícia Militar.
Fontes da Bandnews FM contaram que o setor de inteligência da PM identificou que traficantes do TCP da Vila do João e Vila do Pinheiro, na Maré, e do Morro da Serrinha, em Madureira, estariam apoiando os milicianos do Campinho, na Zona Oeste do Rio, e iriam atacar os rivais do Comando Vermelho do Morro do 18, em retaliação às investidas desses criminosos na área dos paramilitares na semana passada. A disputa entre os bandidos registrou cinco dias consecutivos de tiroteios.
Por conta desta informação, a PM também chegou a atuar na comunidade da Serrinha. Segundo os dados de inteligência, o traficante Wallace de Brito Trindade, o Lacosta, chefe do tráfico da Serrinha também estava apoiando os milicianos do Campinho e é aliado de Edimilson Gomes Menezes, chefe paramilitar da quadrilha, através de um pacto de não-agressão. Os dois, inclusive, seriam amigos de infância, de acordo com a polícia.
Policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) também participaram da operação que registou ainda 26 presos e 15 armas e toneladas de drogas apreendidas. Dezenove desses presos foram capturados numa casa na localidade da Baixa do Sapateiro, depois de fazer uma família refém para negociar a rendição.