O policial militar que foi morto a tiros em Realengo, na Zona Oeste do Rio, é apontado como segurança do contraventor Vinícius Drummond, filho do bicheiro Luizinho Drummond, que era patrono da Imperatriz Leopoldinense e morreu em 2020.
O sargento Marcelo Rodrigo Aguiar de Queiroz, de 42 anos, teve o carro atingido por mais de 30 disparos de fuzil na noite de quinta-feira (17), na Avenida Santa Cruz.
Apesar de o veículo ser blindado, ele morreu na hora e os bandidos fugiram sem levar nenhum pertence. Os tiros ainda acertaram o portão e a parede de um salão de beleza.
Uma das linhas de investigação aponta que o policial pode ter sido morto devido a disputas relacionadas à contravenção, mas outras possibilidades ainda não estão descartadas.
Um morador, que prefere não ser identificado, conta que a esposa chegou a passar mal depois das cenas de terror.
A Polícia Civil realizou perícia no local ainda durante a noite. Pela manhã, agentes da Delegacia de Homicídios foram ao local para coletar provas, como imagens de câmeras de segurança. Os agentes tentam identificar os autores e esclarecer a motivação do crime.
Em uma rede social, a mãe de Marcelo descreveu o policial como o amor da vida dela e lamentou que não vai mais escutar o filho dizer "te amo, minha mãe".
Ele estava há quase 13 anos na corporação. Em maio, chegou a ser homenageado na Câmara Municipal do Rio com uma moção de reconhecimento e louvor "pelos relevantes serviços prestados à sociedade".
O crime chamou a atenção dos investigadores pela semelhança com outro assassinato recente envolvendo a contravenção.
Manuel Agostinho Rodrigues de Miranda foi morto a tiros em Del Castilho, na Zona Norte do Rio, no fim do mês passado.
Assim como Marcelo, Agostinho também estava em um carro blindado, que foi alvo de vários disparos de fuzil. Os bandidos atiraram principalmente na área da maçaneta, que costuma ser menos resistente aos tiros mesmo com a blindagem.
Na semana passada, o alvo foi um ex-PM também acusado de atuar na contravenção. Ele foi morto na Ilha do Governador, na mesma região, quando abria o portão para sair de casa.
Segundo o Instituto Fogo Cruzado, 32 agentes de segurança foram mortos e outros 54 foram baleados apenas neste ano.