Pintura do projeto Beyond Walls chama atenção na praia de Copacabana

Mas do alto a tinta ganhou a forma de duas mãos estendidas e entrelaçadas, que ocuparam 1.500 metros quadrados da areia

Nicolle Timm

Pintura do projeto Beyond Walls chama atenção na praia de Copacabana
Band TV

Quem passou pela praia de Copacabana, na altura do posto 2, nos últimos dias provavelmente se deparou com uma pintura que, vista dali, não dava para entender exatamente o que era. Mas do alto a tinta ganhou a forma de duas mãos estendidas e entrelaçadas, que ocuparam 1.500 metros quadrados da areia.

Em outro ponto da cidade, no Estácio, na Zona Central, a pintura gigante foi feita em um campo de futebol no Morro do Zinco. As artes fazem parte do projeto Beyond Walls, realizado pelo artista francês Saype, que usa como tela a areia, a terra e a grama.

Como o trabalho acontece ao ar livre, também está sujeito às condições do tempo. Para se ter ideia, a pintura em Copacabana começou no dia 11 e precisou ser refeita três vezes por causa do vento e da chuva. Na manhã desta quarta-feira, a imagem já tinha se desmanchado. Mas isso faz parte da proposta de Saype de respeitar a natureza, já que, no fim das contas, é ela quem manda. Para o artista, o objetivo dos projetos dele é impactar as pessoas e não o meio ambiente. Justamente por isso, o francês usa uma tinta 100% biodegradável desenvolvida por ele mesmo.

Ao todo, as pinturas das mãos entrelaçadas serão feitas em trinta cidades nos cinco continentes. Duas delas são no Brasil. O Rio é o décimo quinto lugar por onde Saype passa. De acordo com a produtora executiva e assessora de imprensa do artista, Giane Gatti, a escolha por Copacabana aconteceu durante algumas viagens. A obra tem conexão com outra pintura produzida em uma das praias da República de Benim. Do país localizado na África Ocidental partiram milhões de pessoas levadas como escravas em porões de navios, tendo entre os destinos o Rio de Janeiro.

A próxima parada de Saype é Brumadinho, em Minas Gerais, onde o rompimento de uma barragem deixou 272 mortos em 2019. O artista vai fazer a pintura no campo de futebol do Córrego do Feijão, que foi usado pelos bombeiros para trazer os corpos das vítimas durante as buscas. A ideia dele é ressignificar o local e levantar questionamentos sobre a mineração na região.

Ao final do projeto, que começou em 2019 e tem previsão de durar cinco anos, o objetivo é deixar a mensagem de que o mundo todo está de mãos dadas.

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